Jujuy (Argentina) - A ponte de concreto sobre o rio Paraguai, entre Porto Murtinho (Mato Grosso do Sul) e Carmelo Peralta (Paraguai), obra essencial para viabilizar o corredor bioceânico até os portos ao norte do Chile, na costa do Pacífico, terá 500 metros de cumprimento e sua execução pelo governo brasileiro depende de aprovação pelo Congresso Nacional. O ministro de carreira do Ministério das Relações Exteriores, João Carlos Parkson de Castro, garantiu que a obra da ponte "é um fato consumado”.
Segundo o secretário de Estado de de Infraestrutura, Marcelo Miglioli, integrante da comitiva de empresários que há cinco dias percorre a rota que ligará Mato Grosso do Sul ao Paraguai, Argentina e Chile, a ponte será edificada em uma área situada seis quilômetros acima do porto de Murtinho, em frente de Carmelo Peralta. Optou-se por um local de menor extensão do canal do rio para reduzir custos. O valor da obra foi estimado em R$ 270 milhões.
Comitiva em Salta
O compromisso do Governo Federal em fazer a ligação rodofluvial para transpor as cargas pelo rio Paraguai e a garantia do Paraguai de pavimentar mais de 600 quilômetros do corredor bioceânico, gera uma expectativa entre argentinos e chilenos, que surpreendeu os empresários que participam da caravana do Rota de Integração Latino Americana (Rila). As autoridades destes países querem participar da mobilização que conta com o apoio do Governo de Mato Grosso do Sul.
A longa e cansativa viagem em 25 caminhonetes por cerca de seis mil quilômetros, entre Porto Murtinho e Antofagasta (Chile), realizada desde o dia 25 por empresários e representantes dos países vizinhos e do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, estão sendo superados pela festiva receptividade em cada região visitada. Nesta terça-feira, a comitiva deixou o Chile depois de visitar os portos de Antofagasta e também de Iquiqui e Mejilliones, que opera com alta tecnologia e eficiência.
Estrutura portuária
Antofogasta, cidade de 400 mil habitantes, foi a penúltima área portuária chilena visitada pela comitiva antes do retorno a Mato Grosso do Sul. O grupo deixou a cidade logo pela manhã, na terça-feira, em direção a Mijilliones, com a finalidade de avaliar qual a melhor estrutura portuária para receber os produtores que sairão do Estado com destino à Europa e Ásia. A visita ao porto de Iquiqui ocorreu na segunda-feira. As três cidades disputam as cargas brasileiras.
O interesse despertado nas regiões estratégicas surpreendeu o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Estado (Setlog), Cláudio Cavol. Ele recebeu pedido para um grande evento na cidade argentina de Jujuy, para esta quarta-feira (30.8), mas a agenda deste dia está consumada: a caravana desce para Salta, no mesmo país, para participar de uma reunião técnica com o governador da província, Juan Urtubey, e empresários locais, no final do dia.
Apoio dos países
O retorno da caravana, após chegar aos portos chilenos, permitiu a passagem, mais uma vez, pelo deserto de Atacama e as cordilheiras do Chile e Argentina. Até Atacama, são 308 quilômetros, passando por Calama, e mais 160 quilômetros para chegar à fronteira chilena com a Argentina, na localidade do Passo Jama. Fazia muito calor, mesmo nas cordilheiras, onde a temperatura média era de 18 graus, a uma altura de 4800 metros de altitude.
A viabilização da rota da integração depende, além das obras de infraestrutura, da efetiva participação dos países que integram o bloco. O interesse dos empresários e dos governos do Paraguai, Argentina e Chile pela alternativa de transporte rodoviário ficou patente. Desde a fronteira de Porto Murtinho com o Paraguai a costa do Chile, a polícia nacional destes países deram apoio à comitiva, patrulhando o comboio e desburocratizando trâmites migratórios.
Silvio Andrade - Subsecretaria de Comunicação (Subcom)