Campo Grande (MS) – Produzir alimentos é sonho acalentado por muito tempo pelo produtor Mario Marcelino Kenji Kimura, residente há quase um ano no município de Dois Irmãos do Buriti. Vindo de uma temporada de trabalho no Japão, o agricultor dedica-se em iniciar um projeto destinado a produção de melancia, “Quero aumentar minha área de plantio gradativamente e quem sabe chegar a 7 ou 8 hectares”, diz.
Em uma área de pastagem do tipo “brachiaria”, o senhor Mário vem trabalhando arduamente todos os dias na propriedade, o que já gerou dois empregos diretos e os primeiros resultados começam a aparecer.
“Há cerca de 30 anos meu pai tinha terra em Goiás. Tenho vivência do campo desde aquele período. Também trabalhei no sacolão em São Paulo e só depois fui para o Japão. Depois da crise que se instalou, no Japão, há alguns anos, resolvi retornar e trabalhar no campo”, conta o produtor.
Buscando melhores preços e oportunidades de mercado, o agricultor tem recorrido a informações e tecnologias através dos serviços de Ater (Assistência Técnica e Extensão Rural) prestados pela Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). “O técnico da Agraer, Antônio Heiji, sempre vem aqui e dá muita instrução. Não existia muita praga como existia na época em que vivi com meu pai. O técnico da Agraer me dá dicas de como combater insetos e fungos, preparo do solo e isso faz a diferença”, garante o agricultor.
Mário também conta que o primeiro plantio foi feito em meados de maio do último ano, em uma área de menos de um hectare. “A escolha de sementes foi de variedades híbridas ‘Top Gun’ e ‘Talisman’, mas em decorrência do período prolongado de frio neste ano, a melancia não desenvolveu satisfatoriamente com temperatura abaixo de 12ºC. Houve o atraso de crescimento das ramas e comprometimento da produtividade, alongando o ciclo para cerca de 105/110 dias, enquanto o normal é de 80/90 dias. Com isto houve queda de produtividade em cerca de 60%, em que colhi cerca de 10 toneladas em 0,7 hectares”.
Segundo o técnico da Agraer, Antônio Heiji, o agricultor Mário optou por realizar o parcelamento em três etapas: segunda quinzena de maio (0,7 hectares); segunda quinzena de julho (1,25 hectares) e segunda quinzena de agosto (1,25 hectares), totalizando cerca de 10 mil pés de melancia. “A opção por sementes híbridas traduz em alta produtividade, uniformidade, qualidade dos frutos, precocidade e resistência a determinadas doenças viróticas. Justifica-se pela tecnologia adotada com correção de solos, adubação de plantio e de cobertura, além da utilização de irrigação por gotejamento. O plantio antecipado somente é possível com adoção da irrigação, já que no município de Dois irmãos do Buriti, os meses de julho e agosto, o índice pluviométrico é muito baixo”, explica.
Ater – A Agraer tem acompanhado a propriedade do agricultor Kimura através dos técnicos Antônio Heiji Kusano (escritório local de Dois Irmãos do Buriti) e Gracindo Júnior e Auriney Menezes (da unidade de Sidrolândia). “Realizamos visitas de campo e orientações sobre produtos para o controle de pragas e doenças, bem como adubações a serem executados ao longo do ciclo da cultura. O produtor, conta também com a assistência técnica da revenda onde adquiriu os insumos”, afirma Heiji.
E toda a colheita de Mário Marcelino Kimura tem destino certo. O produtor tem realizado a venda diretamente ao consumidor, supermercados e parte para intermediários, que revendem em Aquidauana e Corumbá.
Kimura se diz satisfeito com o preço e desenvolvimento do plantio parcelado em 2016. ”Os frutos colhidos apresentam tamanho médio, cerca de 8/12 kg. Mas a fruta é doce, o que é decorrente de adubação no plantio e cobertura realizada no decorrer do desenvolvimento”.
“Em medição realizada no laboratório da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) polo de Aquidauana, a fruta apresentou teor de sólidos solúveis totais 10º Brix, excelente para a época de plantio escolhida”, conta Heiji.
Aline Lira, Comunicação Agraer.