Amambai, Corumbá e Ponta Porã são as cidades que mais recuperaram floresta

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  • 06/fevereiro/2017 2:02 pm
  • Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

Estudo aponta municípios de Mato Grosso do Sul que mais regeneraram a Mata Atlântica nos últimos 30 anos

Campo Grande (MS) - A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) divulgam nesta segunda-feira, uma avaliação detalhada sobre a regeneração da Mata Atlântica em Mato Grosso do Sul. O Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, que monitora a distribuição espacial do bioma, identificou a regeneração de 19.117 hectares (ha), ou o equivalente a 191,17 km2, entre 1985 e 2015. A área corresponde a aproximadamente 19.117 campos de futebol.

Segundo os dados do Atlas, Amambaí foi o município que apresentou mais áreas regeneradas no período avaliado, num total de 1.947 ha, seguido da cidade de Corumbá (1.674 ha), Ponta Porã (1.090 ha), Juti (1.060 ha) e Tacuru (1.053 ha).

O estudo analisa principalmente a regeneração sobre formações florestais que se apresentam em estágio inicial de vegetação nativa, ou áreas utilizadas anteriormente para pastagem e que hoje estão em estágio avançado de regeneração. Tal processo se deve tanto a causas naturais, quanto induzidas por meio do plantio de mudas de árvores nativas.

Confira na tabela abaixo a regeneração ocorrida nos municípios:

 

A Mata Atlântica cobria originalmente 18% da área de Mato Grosso do Sul, ou seja, um pouco mais de 6,3 milhões de hectares. Hoje, restam apenas 707.136 mil hectares do bioma – 11,1% desse total. De acordo com o Atlas dos Remanescentes Florestais, nos últimos 30 anos foram desmatados 42.816 mil hectares de Mata Atlântica no estado. Dos 79 municípios sul-mato-grossense, 52 têm ocorrência da Mata Atlântica.

Em Mato Grosso do Sul tem quatro cidades entre as 100 que mais desmataram entre 1985 e 2015, conforme o Atlas dos Municípios da Mata Atlântica. A área total desmatada por esses municípios é de 19.899 mil hectares, ou cerca de 198,99 quilômetros quadrados, que corresponde ao espaço de aproximadamente 19,8 mil campos de futebol.

Bons ventos na Mata Atlântica

Nos últimos 30 anos, houve uma redução de 83% do desmatamento do bioma. De acordo com Marcia Hirota, diretora-executiva da Fundação SOS Mata Atlântica, sete dos 17 estados da Mata Atlântica já apresentam nível de desmatamento zero. “Agora, o desafio é preservar o que resta e recuperar as florestas nativas que perdemos.[AB1]  Embora o levantamento atual não assinale as causas da regeneração, ou seja, se ocorreu de forma natural ou se decorre de iniciativas de restauração florestal, é um bom indicativo de que estamos no caminho certo”, afirma Marcia.

Ao longo da história, a ONG foi responsável pelo plantio de 36 milhões de mudas de árvores nativas espalhadas pelo país, especialmente nas áreas de preservação permanente, no entorno de nascentes e margens de rios produtores de água.  A Fundação SOS Mata Atlântica também restaurou uma área em Itu, uma antiga fazenda de café, que hoje é destinada para atividades relacionadas à conservação dos recursos naturais, restauração florestal e educação ambiental.

“Durante o monitoramento, constatou-se a existência de outras áreas ocupadas por comunidades de porte florestal em diversos estágios intermediários de regeneração, áreas essas que devem ser mapeadas e divulgadas em futuros estudos”, esclare Flávio Jorge Ponzoni, pesquisador e coordenador técnico do estudo pelo INPE.

Este estudo foi realizado com o patrocínio de Bradesco Cartões e execução técnica da empresa de geotecnologia Arcplan. A análise se baseia em imagens geradas pelo sensor OLI a bordo do satélite Landsat 8. O Atlas utiliza a tecnologia de sensoriamento remoto e de geoprocessamento para monitorar remanescentes florestais acima de 3 ha.

Sobre a Mata Atlântica

A Mata Atlântica está distribuída ao longo da costa atlântica do país, atingindo áreas da Argentina e do Paraguai nas regiões Sudeste e Sul. De acordo com o Mapa da Área de Aplicação da Lei nº 11.428, a Mata Atlântica abrangia originalmente 1.309.736 km2 no território brasileiro. Seus limites originais contemplavam áreas em 17 estados: PI, CE, RN, PE, PB, SE, AL, BA, ES, MG, GO, RJ, MS, SP, PR, SC e RS. Nessa extensa área vivem atualmente mais de 72% da população brasileira.

Sobre a Fundação SOS Mata Atlântica

A Fundação SOS Mata Atlântica atua há 30 anos na proteção dessa que é a floresta mais ameaçada do país. A ONG realiza diversos projetos nas áreas de monitoramento e restauração da Mata Atlântica, proteção do mar e da costa, políticas públicas e melhorias das leis ambientais, educação ambiental, campanhas sobre o meio ambiente, apoio a reservas e unidades de conservação, dentre outros. Todas essas ações contribuem para a qualidade de vida, já que vivem na Mata Atlântica mais de 72% da população brasileira. Os projetos e campanhas da ONG dependem da ajuda de pessoas e empresas para continuar a existir. Saiba como você pode ajudar em www.sosma.org.br.

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) atua nas áreas de Observação da Terra, Meteorologia e Mudanças Climáticas, Ciências Espaciais e Atmosféricas e Engenharia Espacial. Possui laboratórios de Computação Aplicada, Combustão e Propulsão, Física de Materiais e Física de Plasmas. Presta serviços operacionais de monitoramento florestal, previsão do tempo e clima, rastreio e controle de satélites, medidas de queimadas, raios e poluição do ar.

O INPE aposta na construção de satélites para produção de dados sobre o planeta Terra, e no desenvolvimento de pesquisas para transformar estes dados em conhecimento, produtos e serviços para a sociedade brasileira e para o mundo. Também se dedica à distribuição de imagens meteorológicas e de sensoriamento remoto, e à realização de testes e ensaios industriais de alta qualidade. Além disso, o Instituto transfere tecnologia, fomentando a capacitação da indústria espacial brasileira e o desenvolvimento de um setor nacional de prestação de serviços especializados no campo espacial. Mais informações em www.inpe.br.
(Foto: Matas ciliares no rio Amambai)

(*) Com informações da Fundação SOS Mata Atlântica e

Máquina Cohn & Wolfe

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