Campo Grande (MS) – Frentes de trabalho prisional tem ajudado a levar novas perspectivas de vida a custodiados da Penitenciária Estadual de Dourados (PED), maior presídio de Mato Grosso do Sul. Graças a parcerias estabelecidas pela Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), são garantidas aos detentos ocupação produtiva e oportunidade de aprenderem uma profissão, contribuindo para a disciplina interna e no processo de reinserção social.
Segundo o diretor-adjunto da penitenciária, Rangel Schveiger, atualmente 497 reeducandos trabalham e estudam na penitenciária. “A mudança é uma porta que se abre por dentro. Mantê-los ocupados e longe do ócio é importante para a aquisição de novos valores, pois sentem-se úteis e prontos para um futuro melhor”, ressalta.
Uma das oficinas coordenadas pelo Setor de Trabalho da PED, fruto de parceria, é a marcenaria, onde os internos transformam madeiras de demolição em móveis, proporcionando a eles capacitação e treinamento. A atividade garante remuneração aos custodiados e remição de um dia na pena a cada três de serviços prestados.
“Essa nova profissão que aprendi aqui tem mudado a minha vida. Hoje me considero um bom ajudante de marceneiro. O mais interessante deste trabalho é ver a transformação da madeira. Às vezes, a gente não dá nada por um pedaço, mas com um pouco de criatividade podemos transformá-lo em uma peça chique e útil”, garante o reeducando Odair José da Silva.
Qualificação e trabalho remunerado nas áreas de costura industrial e de serigrafia também são oferecidos na PED. Na estrutura montada dentro do presídio, por meio de parceria da agência penitenciária, trabalham 12 apenados, que realizam do corte das peças ao acabamento. No local é feito desde camisas, calças a sacolas de viagem.
Entre as iniciativas de trabalho, destaque também para a horticultura, que agrega mais valor nutricional e qualidade na alimentação dos internos. Conforme a direção da unidade prisional, tudo que é produzido nas hortas da unidade é para o consumo exclusivamente dos custodiados. São hortaliças e verduras orgânicas que, além da atividade laborativa, proporcionam capacitação aos internos para uma futura economia familiar.
Além de ocupar os detentos e garantir alimentação saudável, as hortas têm ajudado a manter o mantém limpo o ambiente externo das celas, já que estão instaladas entre os pavilhões, e isso vem impedido que os presos joguem lixo no local.
Novas frentes de trabalho poderão ser implantadas na Penitenciária de Dourados, conforme Rangel, entre elas produção de cadeiras de fio, produtos higiene e limpeza e confecção de tijolos ecológicos. “Estamos apostando na ocupação produtiva. É muito importante o custodiado sentir-se motivado em cumprir a sua pena, pois isso eleva e atende aos requisitos para a disciplina da unidade prisional, além das famílias ficarem felizes, todos ganham”, resume o diretor-adjunto da penitenciária, que está respondendo interinamente pela direção da penitenciária, durante as férias do titular.
Texto e fotos: Keila Oliveira - Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen)