Campo Grande (MS) – “É a primeira vez de vocês no Marco?”, pergunta a arte-educadora do Museu de Arte Contemporânea (Marco), Patricia Nogueira Aguena, para os pequenos visitantes do quarto ano da Escola Municipal Marina Couto Fortes. “Sim!”, respondem todos, muito animados. Os olhinhos curiosos, atentos a todos os detalhes, maravilhados por sua primeira experiência no Marco.
As professoras Bruna Bacargi, Thaís de Oliveira, Sueli de Lourdes Pereira Ferreira e Rosely Maria Resende acompanharam os alunos nessa experiência, realizada no primeiro dia da 15ª Semana Nacional de Museus. “A ideia de trazer os alunos para o museu surgiu para trabalhar a interdisciplinaridade visando ao desenvolvimento e aprendizagem como um todo, criando uma junção entre cultura, lazer e produções na sala de aula”, diz a professora Bruna. “E queremos estimular os alunos a voltarem depois com suas famílias”.
Esse é um dos objetivos da Semana dos Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibran) em comemoração ao Dia Internacional de Museus (18.5). O tema deste ano é “Museu e Histórias Controversas”. Patricia Aguena, afirma que o objetivo do museu é “estreitar laços para familiarizar essa riqueza socialmente construída que é a arte no cotidiano, desde cedo. As crianças gostam, porque além de os professores trabalharem a questão educativa, é prazeroso, vira-se uma expectativa. Eles não vão encontrar só a linguagem tradicional da arte, mas vão ver essa arte de outra forma, a arte contemporânea, que transgride e vê de outra forma o momento presente. Se a arte é importante dentro da escola é porque é importante fora dela”.
Os alunos tiveram a oportunidade de viajar pelo universo de Christina Bastos e Kyria Oliveira, com a mostra “Liames”; Jussara Stein, com “O Olho da Garça”; Marcos Rezende, com “Visões Fractais”; Wagner Thomaz, com “Bachelard Catu e uma prolepse” e Marilena Grolli, com “Graffiti”. As Mostras fazem parte da Primeira Temporada de Exposições 2017 do Marco. Os pequenos também visitaram o acervo permanente do Museu.
A estudante Graciane Galeano Cavalcante disse que aprendeu muita coisa. “Ótimo, achei ótimo, bonitas as artes. Gostei da planta rosa porque eu gosto de rosa, de árvores”, diz ela sobre uma das obras de Jussara Stein.
Seu amigo Marcos – que como dizem os colegas, tem o "mesmo nome" do museu – achou interessante. “É um negócio para a gente aprender, é muito bonito. Achei muito bonita aquela arte do carpete”, diz ele, sobre a mostra Liames.
Luíse Gabriele da Silva Ferreira também gostou das obras de Christina Bastos e Kyria Oliveira. “Gostei daquele branco, foi o que eu mais gostei. É bonita, surpreendeu todo mundo. Aprendi muitas coisas no museu, vai mudar toda a nossa vida”.
“É difícil fazer isso?”, pergunta o curioso e interessado Pedro Henrique Ferreira para o artista Wagner Thomaz, que recebeu os alunos na sala que abriga suas obras. “Sempre tem que repetir e ficar atento ao que está ao redor”, responde o artista. Para Wagner, o museu é “lugar de deslocamento, uma redoma, uma cúpula onde pode acontecer o que lá fora não acontece. Acho complicado quem se furta a visitar o museu. Quanto mais for a museus a gente tem um entendimento maior do que somos e onde estamos. As pessoas no museu andam mais devagar, tendem a ficar mais atentas e observar”.
A gestora do Marco, artista plástica e professora aposentada da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Lúcia Mont Serrat, acabava de chegar da abertura da 15ª Semana de Museus quando resolveu dar uma olhada na garotada. “A gente quer que o museu seja o mais visitado possível porque tem um papel cultural. Estou vindo da abertura da Semana dos Museus, foi muito legal e interessante ver a junção do Estado com a Prefeitura. Se a gente não se juntar nesse momento difícil não vai conseguir fazer nada. As pessoas tem medo de entrar no museu. Convidamos para que entrem e conheçam, para que se desmistifique a sensação de que o museu é só para a elite. O museu é para todos”.
O Marco fica aberto de terça à sexta-feira, das 7h30 às 17h30, e sábados, domingos e feriados, das 14h às 8h. Escolas interessadas em visitas acompanhadas por arte-educadores do Museu podem agendar pelo telefone: (67) 3326-7449. O Marco possui também uma biblioteca com mais de mil exemplares sobre arte moderna e contemporânea e história da arte. Fique à vontade para pesquisar no acervo, que é somente para consulta local.
Texto e fotos: Karina Lima - Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS)