Governador assinou termo de cooperação com universidades para atendimento focado na cura de detentos como forma de reduzir incidência da doença também fora dos presídios.
Campo Grande (MS) - Oferecer condições para a cura dos detentos infectados com tuberculose e evitar que o alto índice de contaminação entre eles irradie na sociedade é o objetivo do Governo do Estado com a parceria firmada com universidades nacionais e internacionais. Nesta sexta-feira (26.5), o governador Reinaldo Azambuja assinou o Termo Aditivo de Cooperação que permite início imediato do atendimento à população carcerária do Estado.
Em Mato Grosso do Sul, a população carcerária responde por 20% dos novos casos de tuberculose. O dado integra pesquisa da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), que aponta ainda que mais de 50% da transmissão da doença nas maiores cidades do Estado - Dourados e Campo Grande - estão relacionadas aos presídios.
O trabalho será feito em parceria com instituições nacionais e renomadas universidades do exterior. Entre elas as universidades de Yale e Stanford, duas das maiores dos Estados Unidos. “Aqui estamos iniciando um programa piloto. Nós sabemos que a presença do diagnóstico e a cura dessas pessoas dentro do sistema prisional vai possibilitar uma diminuição enorme do número de pessoas infectadas”, afirmou Reinaldo Azambuja. O trabalho focará nos detentos como forma de reduzir a doença também fora das instituições carcerárias.
Na solenidade, o governador explicou que as pesquisas sobre incidência de tuberculose feitas fora do sistema prisional apontam como causa principal de contaminação, pessoas que tiveram contato com a doença nos presídios. “E é esse justamente o objetivo do programa: tratar especificamente aquelas pessoas que estão difundindo a infecção a outras pessoas fora do sistema prisional pelo contato que têm”, completou.
Com a assinatura do termo, foi disponibilizado para atendimento dos detentos um baú blindado, onde serão realizados exames de raio-x. O diagnóstico da doença será enviado a uma central de laudos e, a partir daí, terá início o tratamento. “Você atacando onde tem a maior incidência de transmissão, você está fazendo um grande trabalho que pode levar à erradicação da doença. Eu não tenho dúvida de que essa experiência inovadora será de grande resultado para toda a nossa sociedade”, declarou o governador.
Esforço conjunto
O programa que permitirá diagnosticar e tratar os detentos está sendo desenvolvido por meio da parceria do Governo do Estado com o Ministério da Saúde, Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, Universidade de Yale (EUA), Universidade de Stanford (EUA) e Universidade Nacional de Caaguazu (Paraguai). Essa união de esforços tem por objeto reduzir o índice de contaminação da população carcerária de Mato Grosso do Sul, onde cerca de 20% está infectada com tuberculose. Em todo o País, a cada ano 70 mil pessoas são diagnosticadas com tuberculose. No ano passado, a doença foi a causa de 4.500 mortes. Confira outras fotos.
Danúbia Burema e Bruno Chaves – Subsecretaria de Comunicação (Subcom)
Foto: Chico Ribeiro