Campo Grande (MS) – A greve dos professores da Rede Estadual de Ensino de Mato Grosso do Sul não deve sofrer partidarização. O pedido é do governador Reinaldo Azambuja, que lamentou, nesta sexta-feira (25), uma possível politização do movimento anunciado pela Federação dos Trabalhadores em Educação do Estado (Fetems). Conforme anúncio da categoria, os educadores devem cruzar os braços a partir do próximo dia 27.
Durante agenda na Assembleia Legislativa, Reinaldo reafirmou à imprensa que o as conversas sobre o reajuste salarial da categoria continuam, mesmo com a recusa da proposta do governo de dobrar o salário dos professores até 2022 – com a primeira parte do reajuste de 4,34% em outubro de 2015. Esse ano, a categoria já contou com reajuste de 13,01%, dado em dezembro de 2014 como antecipação a data base de maio de 2015.
“Infelizmente estão querendo politizar essa questão, mas nós vamos continuar tratando os professores com responsabilidade, pois o governante tem que ter responsabilidade de propor algo possível e que dê para cumprir”, disse o governador. “Isso é um movimento nacional e sabemos que estão politizando. Se você tiver uma conversa no meio dos professores, você vê claramente isso”, completou.
Conforme o governador, Mato Grosso do Sul é o único estado do Brasil que deu reajuste de 13,01% para todos os professores da Rede Estadual de Ensino em 2015. Os professores do Estado ainda recebem o terceiro maior salário do País, mesmo diante de uma grave crise que assola os estados e a União, como queda de arrecadação e diminuição da atividade econômica.
Em Mato Grosso do Sul, os educadores já recebem o piso nacional. Mais que isso, o Estado paga 38,84% acima do piso. Enquanto o teto nacional para 20 horas semanais de trabalho é de R$ 1.917,78, Mato Grosso do Sul paga R$ 2.662,83.
“Nossa proposta é honesta e da melhor maneira possível, que dá pra cumprir. Só Mato Grosso do Sul cumpriu na integralidade [o reajuste de 13,01%]. Alguns cumpriram, mas parcialmente. Então mostra que nós estamos no diálogo e buscando o entendimento”, ponderou.