Projeto assistencial comemora as transformações realizadas na comunidade do bairro Dom Antônio Barbosa após um ano de implantação. Histórias de Superação.
Por Bruno Chaves
Campo Grande (MS) – A história de Caline é de superação, do tipo de gente que encontra na adversidade a oportunidade de um novo recomeço. Com 29 anos de idade e graduada em estética, ela faz bolos de festas para complementar a renda familiar. “É uma paixão que nem eu sabia que tinha”, conta. O gosto pela confeitaria surgiu durante cursos oferecidos pelo Rede Solidária – projeto assistencial do Governo do Estado oferecido a famílias carentes no bairro Dom Antônio Barbosa que completou um ano de implantação.
Na época, Caline cursava o último semestre da faculdade e a renda obtida com os bolos de pote foi toda revertida para concluir o ensino superior. Mesmo depois de formada, ela continuou se dedicado à cozinha. “Procurei o Rede Solidária e fiz vários cursos, de salgados, confeitaria, costura e administrativo. Acabei me identificando mais com o ramo dos bolos confeitados, mas sei que tudo que eu aprendi fica para conhecimento”, revela.
Com o Rede Solidária, Caline conseguiu se aperfeiçoar na confeitaria. Com certificado em mãos e depois de se formar no curso gratuito, ela viu os sonhos se expandirem. “Abri uma página no Facebook para divulgar meus bolos e me cadastrei no MEI (Microempreendedor Individual). Hoje meu maior sonho é poder ter meu próprio negócio, abrir uma porta aqui em casa e vender meus bolos”, revela.
Atualmente, a renda obtida pela jovem varia de R$ 300 a R$ 700, de acordo com a quantidade de encomendas mensais.
“É um complemento, porque aqui em casa só meu marido trabalha formalmente”, afirma. “Mas é o que me ajuda e sei que grande parte disso é por causa do Rede Solidária, que é muito bom e feito por pessoas atenciosas”, garante.
Rede Solidária
O atendimento do Rede Solidária foi pensado prioritariamente para pessoas beneficiárias do Vale Renda, outro programa assistencial do Governo do Estado, explica a titular da Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (Sedhast), Elisa Nobre. Mas as portas estão abertas para toda a comunidade, de forma gratuita. "Em breve inauguraremos a segunda unidade do Rede Solidária no bairro Noroeste. Essa unidade está pronta e atenderá centenas de pessoas", revela.
Mas mesmo antes de expandir o atendimento, o projeto também deu novas perspectivas de vida para pessoas como o Silvio Pereira, de 41 anos. Depois de passar por cursos de qualificação gratuitos oferecidos pelo Rede, em parcerias com outras instituições, ele aprimorou o conhecimento que já tinha sobre panificação e passou a fazer pães doces e salgados para vender.
“Hoje estou desempregado mas faço meus pães e vendo de casa em casa, aqui no bairro mesmo”, conta o padeiro, que lucra até R$ 100 por fornada produzida. A venda dos produtos é para complementar a renda familiar. “É um dinheiro que ajuda comprar algo essencial para a casa, como comida, ou pagar uma conta de água ou de luz”, exemplifica Silvio.
Todo o aprendizado obtido com os cursos também é revertido para as pessoas atendidas pelo Rede. Isso porque além de ele fazer pães para vender, faz para alimentar os mais de 460 alunos do projeto. “Sou voluntário aqui e sempre que a diretora chama eu venho para fazer o lanche das crianças”, afirma.
Atencioso e explicativo, Silvio revela passo a passo da receita do pão caseiro. “É o preferido deles”, diz sobre o gosto dos alunos. Mesmo com a realização de poder devolver à comunidade algo que aprendeu ali mesmo, no bairro, Silvio procura uma oportunidade de emprego formal. “É meu maior sonho, poder trabalhar com carteira assinada”.
Mais informações sobre o Rede Solidária, matrículas, atividades e voluntariado podem ser obtidas na Sedhast, que fica no Bloco III do Parque dos Poderes ou pelo telefone (67) 3318-4100.
Bruno Chaves, da Subsecretaria de Comunicação do Governo do Estado | Foto destaque: Chico Ribeiro.