Rose Modesto debate corredor viário de Porto Murtinho e portos do norte do Chile

  • Geral
  • Thereza Christina Amendola da Motta Cance
  • 23/agosto/2017 7:00 am
  • Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

Campo Grande (MS) - Com o objetivo de melhorar a logística e a competitividade de Mato Grosso do Sul na retomada do crescimento, a vice-governador Rose Modesto esteve nesta terça-feira (22.8), em Brasília (DF), onde participou do seminário Corredor Viário Porto Murtinho – Portos do Nortes do Chile. O projeto vem sendo debatido em reuniões do grupo de trabalho do Corredor Bioceânico Rodoviário “Brasil, Paraguai, Argentina e Chile”, organizadas pelo Governo de Mato Grosso do Sul e Ministério das Relações Exteriores.

De acordo com a vice-governadora, esse é mais um passo para a concretização do corredor que vai encurtar a distância entre o Brasil e os mercados internacionais. “Debatemos a concretização do corredor bioceânico rodoviário que liga Brasil, Paraguai Argentina e Chile. O primeiro passo será para a construção da ponte sobre o rio Paraguai em Porto Murtinho. A obra vai possibilitar ao Paraguai abrir uma rodovia que liga Carmelo Peralta, localizado na divisa com o Mato Grosso do Sul, até Marechal Estigarriba, na fronteira com a Argentina. Esse trecho, no Paraguai, totaliza 360 km, que após pavimentado permite a saída para o oceano Pacífico”, declarou.

A construção da ponte rodoviária internacional já possui acordo de intenções formalizado entre Brasil e Paraguai, um projeto executado pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) avaliado em U$ 30 milhões e aguarda agora o aval do Congresso Nacional e da Presidência da República para começar a sair do papel. O trecho possui distância rodoviária um pouco maior, mas economiza 11 mil quilômetros através do oceano Pacífico, sem ter que atravessar pelo canal do Panamá.

Com a construção da ponte, a partir de Porto Murtinho o corredor cruzará território paraguaio e argentino até alcançar os portos de Antofagasta, Mejillones e Iquique, no Chile. Na costa chilena, o objetivo é facilitar a penetração dos produtos do Centro-Oeste nos mercados asiáticos, importantes compradores em especial do setor agropecuário sul-mato-grossense. Além de escoar a produção, a rota permitirá a importação direta de insumos a preços muito abaixo do mínimo de mercado.

Rodovia encurta distâncias

Segundo a vice-governadora, a rodovia não só abre caminho para os mercados asiáticos, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros, como será porta de entrada para importações. “A proposta é criar uma rota alfandegária, onde o fluxo de cargas seja desimpedido nas aduanas por meio do uso de chips, sem as burocracias para a liberação de cargas que existe em todos os países. O presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de MS - Setlog, Claudio Cavol, nos relatou por exemplo que a liberação de um caminhão hoje pode demorar cinco dias no Brasil”, explicou.

Assim, a grande meta será desburocratizar os processos aduaneiros de modo que as cargas transitem de forma ágil do Brasil até os portos do Chile e vencer os entraves para o asfaltamento de 650 quilômetros, somados trechos do Paraguai e da Argentina.

As reuniões realizadas demonstram o protagonismo de Mato Grosso do Sul na concretização da via. Há uma convergência dos quatro países pelo desenvolvimento e o comércio. No caso de Mato Grosso do Sul há o interesse de escoar produção agrícola; o Paraguai em desenvolver a região do Chaco; e a Argentina o norte do pais; e o Chile em abrir seus portos e melhorar sua capacidade portuária.

Segundo o secretário de Estado de Infraestrutura (Seinfra), Marcelo Miglhioli, estudos preliminares apontam que a rota vai economizar 14 dias no envio de produtos para a Ásia. “É um acesso encurtando em sete mil quilômetros marítimos a distância aos mercados globais que servirá de estímulo à economia de todos os países sul americanos”, afirmou.

Sair do papel

O projeto de ligar a América do Sul tem mais de três décadas de estudo e está prestes a sair do papel, tendo o governo de MS como principal indutor. Brasil, Paraguai, Chile e Argentina já assinaram a Declaração de Assunção, comprometendo-se a solucionar os entraves que inviabilizam a concretização da Rota Bioceânica, partindo de Mato Grosso do Sul até os portos do norte do Chile.

Diana Gaúna - Subsecretaria de Comunicação (Subcom)

Foto: Arquivo

Veja Também
Últimas Notícias