Mostra Cinema e Direitos Humanos traz, até sábado, filmes com acessibilidade e entrada franca

  • Geral
  • Thereza Christina Amendola da Motta Cance
  • 20/novembro/2018 11:00 am
  • Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

Campo Grande (MS) - No ano em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 70 anos, Campo Grande recebe a 12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos. A abertura foi realizada na noite dessa segunda-feira (19.11), no Museu de Arte Contemporânea (Marco), com show de Ju Souc e exibição de dois curtas brasileiros, “Nós”, documentário de Thiago Simas que aborda a situação dos imigrantes, e “Do Outro Lado”, ficção, de Bob Yang e Frederico Evaristo, enfocando a homofobia e população LGBT.

Ao longo desta semana, até o dia 24 de novembro, no Centro Cultural José Octávio Guizzo, serão exibidos 40 filmes com assuntos variados enfatizando a temática proposta. Todos os filmes têm tradução em libras e legendas ocultas, buscando proporcionar o acesso a todas as populações. A Mostra oferece também catálogo e programação em Braile. A entrada é franca e os horários de exibições são às 9h, 14h, 16h e 19h.

A Mostra acontece em todos os estados brasileiros e no Distrito Federal, no período de 15 de novembro a 15 de dezembro, é realizada pelo Ministério dos Direitos Humanos do Governo Federal e, aqui em MS,  pelo Governo do Estado por intermédio da Secretaria de Cultura e Cidadania (SECC) e da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), com produção nacional do Instituto Cultura em Movimento (Icem) e produção local da Render Brasil.

Nesta edição, o homenageado é o ator Milton Gonçalves, com 84 anos e participação em 70 filmes.” O artista está sendo homenageado pela sua representatividade tanto em sua vida pessoal quanto no legado cultural que ele tem. Sua versatilidade dramática e talento vencem as barreiras que normalmente são impostas aos artistas negros no País. É importante por sua militância pelos direitos humanos e contra o racismo e por sua atuação e coerência política”, afirma o coordenador do Icem, Marco Luna.

Para a Mostra deste ano foram inscritos mais de 300 filmes, o dobro de inscrições da edição anterior. A seleção foi feita por curadoria de Daniel de Souza (filho do Betinho), Tatiana Maciel e Janet Rockenbach, que teve também o aval do Ministério dos Direitos Humanos dentro do escopo dos filmes pré-selecionados. “Os filmes abordam os direitos humanos de todas as espécies, como a fome, o racismo, a questão LGBT, trabalho escravo, com a intenção de mostrar a realidade por que passam essas populações. O cinema é uma arma muito forte para levar qualquer tipo de mensagem”, diz o coordenador do Icem.

Para Luna, a maioria das pessoas não conhece o que são os direitos humanos. “Muitos têm a ideia de que direitos humanos é só para pessoas com problemas com a Justiça, mas é muito mais que isso. É todo direito que o ser humano deve ter em qualquer tipo de situação, como imigrantes, idosos, mulheres, educação e saúde, meio ambiente, populações indígenas. Com a Mostra, a população pode ter um olhar mais realista e verdadeiro sobre as pessoas que passam por situações de falta de direitos humanos, para podermos debater e discutir o tema”.

A produtora local, Tânia Sozza, da Render Brasil, está no projeto desde o ano assado. “Fiquei apaixonada pela importância da Mostra, e impressionada com o seu alcance. Uma pessoa que assistiu a um filme ano passado sobre assédio se identificou com o que foi mostrado, saiu chorando da sessão, e depois se conscientizou de que aquilo não estava correto. Ela pediu ajuda à assistência social e hoje conseguiu sair da situação de violência em que ela vivia”.

O superintendente de Cultura da SECC, Ricardo Maia, representou o secretário Athayde Nery na abertura do evento. Para ele, é sempre importante falar dos direitos humanos por se tratar de um tema atual que a sociedade precisa discutir. “O apoio da SECC e da FCMS se deve muito à importância da Mostra. Já fomos parceiros em outras edições, e esta se torna especial pela comemoração dos 70 anos da Declaração dos Direitos Humanos, que foi feita após os horrores da Segunda Guerra. A própria Constituição Brasileira aborda essa questão dos direitos humanos, questão que acabou balizando documentos no mundo inteiro. Não poderíamos ficar de fora de um evento que aborda esta temática, em vista a promover o progresso, respeitar os direitos de todos”.

A cantora e compositora Ju Souc, que abriu a Mostra com duas músicas de sua autoria, “Quanto Vale”, que trata da violência doméstica, e “Estrada”, que é uma reflexão sobre a vida e qual caminho seguir diante das dificuldades, explica a relação de seu trabalho com a temática da Mostra. “Este é um tema eterno que a gente tem necessidade urgente de debater. Há muita divergência na sociedade como um todo, precisamos debater o assunto sempre até a gente se encontrar. As pessoas olham muito para si e esquecem que a gente vive num meio. Ultimamente eu venho tratando desses temas em minhas composições, a música tem esse papel de sensibilizar as pessoas”.

A 12ª Mostra Cinema e Direitos Humanos vai até o dia 24 de novembro. O Centro Cultural José Octávio Guizzo fica na rua 26 de Agosto, 453 Centro. Confira a programação com os horários, filmes em exibição, a temática abordada e a classificação etária. A entrada é franca.

Texto e fotos: Karina Lima - Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS)

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