Autor de uma das mais representativas músicas de Mato Grosso do Sul, o coxinense Zacarias Mourão, falecido em 1989, vai ganhar uma estátua, na praça que leva o nome dele. O governador Reinaldo Azambuja assinou nesta terça-feira (14), no receptivo no Parque do Prosa, na Capital, um convênio com o prefeito Edilson Magro para fazer a homenagem, que vai ficar embaixo da árvore famosa, em Coxim.
Compositor e poeta, Zacarias Mourão foi autor de várias músicas, mas a mais conhecida é Pé de Cedro. “Esse momento é muito simbólico porque tem uma pessoa coxinense, que nasceu na cidade e, infelizmente, faleceu precocemente, com 61 anos, mas era um poeta, um compositor, que deixou um nome para o Brasil na música raiz, na música sertaneja e que tem um grande apreço dos artistas, principalmente daqueles que conviveram por ele”, afirmou Reinaldo Azambuja.
Por meio de um convênio de R$ 333,6 mil, o Governo do Estado irá repassar o recurso para a prefeitura, que mandará fazer a estátua. O prefeito Edilson Magro destacou a importância de Zacarias e da música Pé de Cedro para o município. “É uma homenagem mais do que merecida, do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Cultura, ao Zacarias Mourão, que foi um poeta em Coxim, que fez muitas músicas, entre elas a do Pé de Cedro, que é o hino de Coxim. Zacarias Mourão fez história e levou o nome de Coxim ao mundo”.
Já o secretário de Estado de Cidadania e Cultura, Eduardo Romero, destacou a ligação umbilical de Zacarias Mourão com a identidade coxinense. “É impossível hoje as pessoas lembrarem de Coxim e não lembrarem da música de Zacarias Mourão. Ou seja, ele quase se transforma na própria cidade em termos de lembrança, de memória. Esse é o papel da cultura, da política pública, recuperar essas memórias e mantê-las vivas”, finalizou.
Pé de Cedro
“Foi no belo Mato Grosso, há 20 anos atrás
Naquele tempo querido, que não volta nunca mais
Nas matas onde eu caçava, um pequeno arbusto achei
Levando pra minha casa, no meu quintal o plantei
Era um belo pé de cedro, pequenino, em formação
Sepultei suas raízes, na terra fofa do chão
Um dia parti pra longe, amei e também sofri
20 anos se passaram, em que distante vivi
À Virgem Santa sagrada, uma prece eu vou fazer
Junto ao meu pé de cedro é que desejo morrer
Quero sua sombra amiga projetada sobre mim
No meu último repouso, na cidade de Coxim
Hoje volto arrependido, para o meu antigo lar
Abatido e comovido, com vontade de chorar
De rever meu pé de cedro, que está grande como o que
Mas é menor do que a saudade, que hoje sinto de você
Cresceu como minha mágoa, cresceu numa força rara
Mas é menor que a saudade, que até hoje nos separa
A terra ficou molhada do pranto que derramei
Que saudade, pé de cedro, do tempo em que te plantei
Que saudade, pé de cedro, do tempo em que te plantei”
Paulo Fernandes, Subcom
Fotos: Chico Ribeiro