O Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da SES (Secretaria de Estado de Saúde), realizou na terça-feira (10) uma oficina técnica com o objetivo de construir um diagnóstico situacional e propostas para o crescimento populacional de Inocência, com a instalação da fábrica de celulose do grupo chileno Arauco. Participaram da construção do documento representantes da Secretaria Municipal de Saúde do município que faz parte da Rota da Celulose.
Denominada 'Projeto Sucuriú', a nova fábrica terá capacidade para produzir sozinha quase a metade da atual capacidade instalada de celulose do Grupo Arauco, que é equivalente a 5,2 milhões de toneladas, passando o conglomerado chileno a produzir 7,7 milhões de toneladas/ano a partir de 2028. O investimento na região será de aproximadamente US$ 3 bilhões (milhões de dólares).
Segundo o secretário municipal de Saúde, Doniseth Rosa Bernardo, a expectativa é que o número de habitantes da cidade cresça de cerca de 8,5 mil para quase 28 mil com o início do funcionamento da planta.
“Temos a previsão de chegada de quase 12 mil trabalhadores para trabalhar na construção da fábrica e isso vai impactar nosso sistema de saúde. Essa parceria com o Estado para construir esse relatório e novas políticas para a saúde do nosso município é fundamental para mitigar os efeitos negativos desse crescimento populacional e garantir que todos os nossos cidadãos tenham um bom atendimento na rede pública de saúde”, explica.
A secretária-adjunta de Estado de Saúde, Dra. Crhistinne Cavalheiro Maymone Gonçalves, reforça que trazer a saúde municipal para o debate permite a construção de um plano de ações que atenda às demandas deste momento de transformações e crescimento econômico. “É um investimento muito importante para o nosso Estado e o encontro nos permite construir um plano coeso, participativo e democrático”.
A superintendente de Atenção à Saúde da SES, Angélica Congro, explica que a oficina trabalhou também a identificação de todos os possíveis desafios que serão enfrentados com o crescimento populacional.
“A gente identificou alguns gargalos a serem resolvidos e apontamos tudo aquilo que pode acontecer com a alta populacional, levando em conta a experiência com Ribas do Rio Pardo, que também está passando por esse processo de transformação econômica”, comenta.
Ela ainda explica a importância do reforço das ações de vigilância em saúde. “A Atenção Primária à Saúde trouxe o seu olhar e a Vigilância em Saúde também. Tudo de novo que se apresentar durante esse momento chegará para a gente através das ações de vigilância, que mede os primeiros impactos”, acrescenta.
A responsável pelo Apoio Técnico aos Municípios que fazem parte da Rota da Celulose da SES, Daniele Ahad, explica que no primeiro momento é comum o aumento no número de casos de ISTs e doenças trazidas de outras regiões do país.
“Como temos trabalhadores vindo de todas as regiões do Brasil, é muito comum que aconteça a notificação de doenças que não são comumente identificadas em Mato Grosso do Sul, por isso a importância desse diagnóstico e do reforço das ações de conscientização e vigilância”, finaliza.
Marcus Moura, Comunicação SES
Fotos: Marcus Moura