Ação Cidadania ECOmunitária planta árvores e semeia a ideia de que o futuro é ancestral

  • Inclusivo
  • Paula Maciulevicius de Oliveira Brasil
  • 14/outubro/2024 5:30 am
  • Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

"O futuro é ancestral e a humanidade precisa aprender com ele a pisar suavemente na terra". Os dizeres de Ailton Krenak poetizam o plantio de árvores frutíferas do Cerrado que semeiam a esperança na comunidade indígena Água Bonita, região Norte de Campo Grande.

Em comemoração aos 21 anos do Estatuto da Pessoa Idosa, a Ação Cidadania ECOmunitária, das subsecretarias de Políticas Públicas para Pessoa Idosa e Assuntos Comunitários uniu mãos, mudas e terra na véspera do Feriadão. 

Plantio de mudas envolveu comunidade moradora da aldeia Água Bonita. (Foto: Matheus Carvalho/SEC)

Indígena terena, Zenilda Pereira Gonçalves tem 55 anos de vida, metade dela passada ali, na comunidade. Vizinha da mata que antes era verde, em julho deste ano, Zenilda viu o fogo tomar conta. 

“Foi muito triste e desesperador. Acabou com os bichos, com a mata, com tudo. Era uma tristeza olhar, até agora”, conta. 

Hoje, Zenilda foi convidada a ser, também no papel, guardiã da natureza. Ao lado da bisneta Thayla Alessandra, de 5 aninhos, plantou a árvore que no futuro dará frutos aos seus. 

Thayla mostrando como sonha em ver a árvore plantada ao lado da bisavó Zenilda. (Foto: Matheus Carvalho/SEC)

“Pra nós, é uma honra plantar isso aqui, porque uma árvore traz sombra, alimentação, e se é fruta, tem alimento para as crianças, netos, filhos dos vizinhos, porque a gente não planta só pra gente”, prega.

Com os bracinhos para cima, Thayla mostra que se depender dela e da bisavó, a árvore será “gigante”. “Eu vou plantar, mas, praticamente, já não é pra mim, é pra eles, para os filhos deles, depois para os netos. Eu prefiro ensinar já, desde pequenininho, para quando crescer, pegar um pouquinho do estilo”, explica. 

A ação foi pensada a partir de uma demanda da própria comunidade, depois que o fogo atingiu a região no fim de julho. “Viemos fazer uma visita e eles nos pediram para plantar uma barreira, entre a mata e a comunidade, de forma que essas frutas não ficassem no outro extremo”, explica o subsecretário de Políticas Públicas para Assuntos Comunitários, Jairo Luiz Silva.

Na imagem, subsecretária da Pessoa Idosa, Zirleide Barbosa, ao lado da técnica da Subsecretaria de Assuntos Comunitários, Tânia Santos e a cacica Alicinda Tibério. (Foto: Matheus Carvalho/SEC)
Coordenador da Agraer, Valdecir explica como foi feito levantamento das árvores nativas na região. (Foto: Matheus Carvalho/SEC)

Em contato com a Agraer, foi feito um plano para restaurar a área queimada a médio prazo. O primeiro passo foi identificar as espécies nativas presentes na reserva. 

“O replantio dessas árvores, ainda mais no contexto da questão de preservação ambiental, dentro dos eixos de sustentabilidade, proporciona para a comunidade a recuperação dessa reserva e ainda por serem espécies frutíferas, fornece alimento também para a comunidade, que é uma comunidade indígena e tem isso na cultura”, ressalta o coordenador regional da Agraer, Valdecir Batista Alves. 

Estatuto da Pessoa Idosa

Em comemoração aos 21 anos do Estatuto da Pessoa Idosa, a Subsecretaria que trabalha as políticas públicas para a população 60+ convidou todos os municípios do Estado a plantarem 21 mudas.

Além da Capital, a ideia ganhou forma e as cidades de Costa Rica, Figueirão, Ivinhema, Mundo Novo e Novo Horizonte do Sul, fizeram o plantio. 

“Neste mês de outubro, comemoramos o aniversário de uma conquista fundamental para a sociedade brasileira, que nas últimas décadas vem ganhando mais tempo de vida, e é preciso discutir de que forma nós vamos envelhecer, além de ser pertinente o debatermos as emergências climáticas”, destaca a subsecretária de Políticas Públicas para Pessoa Idosa, Zirleide Barbosa.

Paula Maciulevicius, Comunicação da Cidadania

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