Campo Grande (MS) – O Governo de Mato Grosso do Sul declarou guerra ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da Dengue, Zika vírus e Chikungunya, e estuda a implantação de um comitê de combate ao vetor para começar a atuar ainda este mês. O anúncio foi feito pelo secretário de Estado de Saúde, Nelson Tavares, nesta quinta-feira (3). Segundo ele, o objetivo é acabar com o mosquito e evitar epidemia das doenças, principalmente da Zika, que causa graves sequelas neurológicas em crianças recém-nascidas.
O plano de trabalho para implantação do comitê vem sendo elaborado há 15 dias pelos técnicos da Secretaria de Estado de Saúde (SES), com aval do governador Reinaldo Azambuja. O Estado vai instituir uma sala de situação e nomear um grupo de combate ao mosquito, envolvendo parceiros como as Forças Armadas (Exército, Aeronáutica e Marinha); os Ministérios Públicos Estadual (MPE-MS) e Federal (MPF); o Tribunal de Justiça do Estado (TJMS) e Assembleia Legislativa.
A forma de trabalho desse comitê ainda não foi definida. Mas a intenção é que agentes de endemias tenham prerrogativas para combater as larvas do mosquito em ambientes públicos e privados, uma vez que acabar com o mosquito adulto é mais complicado. Para que isso aconteça um projeto de lei que trata com mais rigor a situação tramita na Assembleia.
"Temos que tomar medidas que forem necessárias sem precisar recorrer a serviço público, por exemplo", disse Nelson. Conforme ele, o trabalho de eliminação das larvas do Aedes aegypti e do próprio mosquito, desenvolvido pelo comitê, deve acontecer ainda este mês. "Temos que matar o mosquito antes que ele levante voo. Temos que nos preparar agora em dezembro porque se tiver surto em janeiro e fevereiro perderemos a guerra", completou.
Gravidade da situação
Ainda conforme o secretário de Saúde, o surto de microcefalia que assola o Brasil demonstra a gravidade da situação, já que a condição neurológica dos recém-nascidos está ligada, na maioria dos casos, à infecção de mães com o Zika vírus. Por isso, Mato Grosso do Sul deve ficar alerta.
Conforme Nelson, não existe nada na literatura mundial que sirva de comparação para o que está acontecendo no Brasil. O que existe são relatórios da Polinésia Francesa que viveu um surto da doença há dois anos e só agora, em 2015, começou a constatar a ligação entre Zika vírus e microcefalia. "Microcefalia é só o começo. Já tivemos casos sérios relacionados a malformação congênita, fetos natimortos e outros casos neurológicos", disse.
Por causa de todos esse cenário, a SES, com apoio dos diversos parceiros do Governo do Estado e com o aval do governador Reinaldo Azambuja, se antecipou para colocar em prática "estratégias de guerra" e eliminar os focos do Aedes aegypti.
Bruno Chaves, da Subsecretaria de Comunicação do Governo do Estado | Foto: Chico Ribeiro.