A Fundact (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia), vinculada à Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), lançou na semana passada a chamada pública para a 8ª edição do Programa de Pesquisa para o SUS: Gestão Compartilhada em Saúde (PPSUS).
O programa foi desenvolvido em parceria com o Ministério da Saúde, CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) e Secretaria de Estado de Saúde, o programa visa fomentar atividades científicas, tecnológicas e de inovação para melhorar a qualidade da atenção à saúde da população e fortalecer a produção científica de Mato Grosso do Sul.
O investimento estimado é de R$ 6 milhões, sendo R$ 3 milhões do Governo do Estado e R$ 3 milhões do CNPq). Segundo o diretor-presidente da Fundect, Márcio Pereira, este é o maior valor já investido na história de MS, representando aumento superior a 700% no volume de recursos.
"Saímos de R$ 712 mil no último edital, em 2020, para os atuais R$ 6 milhões. É um dos mais altos investimentos dos estados no Brasil", explica Pereira. "O governador Eduardo Riedel e a Secretaria de Saúde aceitaram de pronto o desafio de ampliar os investimentos. Mas os verdadeiros atores protagonistas desse investimento são nossos pesquisadores, que definem as linhas de pesquisa e que vão trazer soluções inovadoras para fortalecermos o SUS no Estado e no Brasil", completa.
Projetos
Com valores previstos, poderão ser selecionados até 30 projetos, cada um recebendo até R$ 200 mil para despesas de custeio e capital, além de pagamento de bolsas aos participantes.
O público-alvo da chamada são pesquisadores e pesquisadoras, com doutorado, que atuem em atividades de pesquisa e possuam vínculo empregatício celetista ou estatutário com instituição de ensino superior e/ou pesquisa, científica ou tecnológica, pública ou privada sem fins lucrativos, localizada no Mato Grosso do Sul.
"Enfatizo, mais uma vez, a importância do Ministério da Saúde ao longo do tempo no financiamento de pesquisas para aprimorar a qualidade da saúde. O ministério tem sido um ator importante nesse processo com financiamento e a Fundect, neste ano, está colocando 100% de contrapartida, ampliando o atendimento", comemora o coordenador-geral de Ciência da Saúde e Biociências do CNPq, Gilberto Souza.
"Quero aqui parabenizar, agradecer e dizer da importância deste edital para o fortalecimento das universidades e dizer que sempre contem com os pesquisadores. Não existe Estado desenvolvido, território, nação, que não tenha se baseado em ciência como um grande indicador, uma evidência para tomada de decisão”, avalia a reitora da UFMS e representante do Crie-MS (Conselho de Reitores das Instituições de Ensino Superior de Mato Grosso do Sul), Camila Ítavo.
"A gente tem uma oportunidade, por meio deste edital, de permitir que os pesquisadores possam ajudar a dar resposta aos problemas que vêm do crescimento econômico, mas ao mesmo tempo e em especial ajudar a fortalecer as políticas públicas de saúde. Acho que esse é um grande legado que esse edital e as pesquisas podem deixar para consolidar nosso SUS", completa o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação da Semadesc, Ricardo Senna.
Eixos e linhas
O PPSUS está estruturado em cinco eixos temáticos, que abrangem diferentes desafios e demandas do sistema de saúde em Mato Grosso do Sul, sendo: Saúde nas Fronteiras; Saúde na Rota Bioceânica e Rota da Celulose; Saúde Indígena; Inovação e o Complexo Industrial da Saúde para o SUS e Saúde no Sistema Prisional.
Os eixos temáticos foram definidos a partir das prioridades identificadas pela Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso do Sul e pelas sugestões dos pesquisadores participantes da Oficina de Prioridades de Pesquisa (OPP), realizada entre abril e agosto de 2024. No edital é possível ter acesso às linhas de pesquisa que compõem cada eixo.
"Um destaque muito importante dessa edição é o fomento aos pesquisadores sobre os impactos sanitários, socioambientais e culturais da rota bioceânica e da rota da celulose, pois são dois corredores de grande mobilidade populacional, intensa integração econômica entre esses países e essa movimentação está enfocando desafios únicos, exigindo políticas públicas baseadas em evidências científicas e soluções inovadoras. Eu parabenizo o Estado por todo esse cuidado na definição dos eixos temáticos", explica a diretora do Decit (Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde), Mônica Soares.
"O programa vem para trazer a possibilidade de nós fazermos com que as pesquisas tenham um caráter local e regional. É um avanço significativo entre o mundo da ciência e o mundo do trabalho, e que a gente conseguindo unir essas duas carreiras aí, nesses dois caminhos, a gente consegue fazer um mundo melhor para a população do Mato Grosso do Sul", afirma o superintendente de Educação e Formação na Saúde da Secretaria de Estado de Saúde, André Vinicius de Assis.
Inscrições
O período de submissão das propostas vai de 28 de fevereiro a 4 de abril de 2025, e deve ser feito em dois sistemas: Sigfundect (https://sigfundect.ledes.net/
As propostas devem ser submetidas dentro dos eixos temáticos e das linhas de pesquisa estabelecidos na Oficina de Prioridades de Pesquisa para a 8ª edição do PPSUS/MS. A seleção dos projetos levará em conta a relevância para a melhoria da atenção à saúde em Mato Grosso do Sul e a contribuição da pesquisa para o desenvolvimento da Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde no contexto do SUS.
Todas as informações e o edital estão disponíveis na página do PPSUS no site da Fundect (https://www.fundect.ms.gov.
Paulo Ricardo Gomes e Maristela Cantadori, Comunicação Fundect
Foto: Arquivo/Fundect