Projeto de horta hidropônica incentiva protagonismo estudantil e reutiliza recursos em ação premiada de educação ambiental
Ao unir tecnologia, sustentabilidade e aprendizado prático em um mesmo espaço verde, a Escola Estadual Professora Neyder Suelly se destaca como referência em Campo Grande. O projeto de horta escolar sustentável, desenvolvido por alunos e professores, introduziu um sistema inovador de hidroponia - técnica que permite o cultivo de hortaliças sem solo - utilizando água reaproveitada dos aparelhos de ar-condicionado.
A proposta nasceu com o objetivo de reduzir o desperdício e promover a Educação Ambiental de forma vivencial. Desde o preparo das mudas até a colheita, os estudantes participam de todas as etapas do processo, desenvolvendo responsabilidade, senso de pertencimento e consciência ecológica.
O professor Hélio Alves da Silva, responsável pelo projeto de hidroponia, explicou como funciona o processo de reaproveitamento da água.
“Coletamos a água de quatro aparelhos e armazenamos em uma caixa de 310 litros. Ela recebe tratamento com nutrientes e tem o pH e o PPM controlados para garantir o crescimento das plantas. Cada ar-condicionado produz de 18 a 25 litros por dia, e a reposição é feita cerca de uma vez por semana. Vamos enviar amostras para análise e, com apoio do Bioparque, ampliar o projeto para a criação de peixes junto às hortaliças”, detalhou o educador.
O aluno Caleb Gattes Roberto de Oliveira, de 13 anos, estudante do 8º ano, participa ativamente do projeto, reforçou a importância da iniciativa.
“Eu gosto de participar de projetos e achei essa ideia muito boa, porque evita o desperdício de água. Como usamos bastante, decidimos reutilizar a água do ar-condicionado na hidroponia. É importante para a sustentabilidade, já que reaproveitamos o que seria descartado”, destacou o estudante.
A horta também é um exemplo de interdisciplinaridade em ação. Alunos de Administração cuidam da gestão de custos e insumos, os de Publicidade produzem materiais de divulgação, e o Clube de Ciências monitora a qualidade da água no laboratório, aplicando conhecimentos de química e biologia em um contexto prático e integrado.
Para o diretor Márcio Wagner, o projeto representa a consolidação de um trabalho coletivo que une aprendizado e compromisso ambiental.
“A escola já trabalha há algum tempo com a educação sustentável. Recentemente, fomos ao Rio de Janeiro receber o Selo ODS, como uma das duas escolas do estado certificadas. Isso nos motivou a ampliar ainda mais nossas ações. A entrega das mudas à comunidade é uma forma de divulgar nosso trabalho e reforçar nosso compromisso ambiental. Se estamos fazendo algo bom, precisamos mostrar isso à sociedade”, finalizou o diretor.
O projeto é uma prova de que a inovação e o cuidado com o planeta podem nascer dentro da sala de aula. Com criatividade, ciência e consciência ambiental, até a água que antes se perdia no ar agora ajuda a cultivar um futuro mais verde e sustentável.
Jackeline Oliveira, Comunicação SED
Fotos: Cid Nogueira/SED













