Com apoio do Governo de MS, projeto em escola rural contribui para desenvolvimento e inovação no campo

  • Educação
  • Natalia Yahn
  • 23/dezembro/2025 6:20 am
  • Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

Para que as futuras gerações possam permanecer na área rural, com perspectiva de geração de emprego e renda, o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul mantém um projeto de desenvolvimento que contribui para profissionalização dos estudantes que vivem no assentamento Itamarati, em Ponta Porã.

O projeto, realizado na Escola Estadual Nova Itamarati, oferece novas perspectivas de permanência no campo, com uso de tecnologias sociais de forma sustentável, produtiva e alinhada as vocações da própria comunidade.

O assentamento é reconhecido como o maior demarcado da América Latina. Mas o território enfrenta um movimento crescente de êxodo rural, especialmente entre os jovens que migram para outras regiões em busca de novas oportunidades.

A realidade evidencia o desafio de fortalecer o sentimento de pertencimento e criar condições para que a comunidade visualize caminhos possíveis de desenvolvimento e autonomia. E foi nesse contexto que surgiu o projeto de extensão desenvolvido pela UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), em parceria com o Governo do Estado, para apresentar alternativas de inovação, geração de renda e subsistência para as famílias do assentamento.

“A proposta da UFGD é levar tecnologias sociais para desenvolver novas formas de gerar renda, emprego, propostas de perspectiva de permanência dentro da comunidade. E as unidades escolares são espaços de discussão e especialização dessas tecnologias, além da profissionalização. A Secretaria de Educação viabiliza a discussão das soluções, tecnologias sociais no âmbito escolar com os estudantes do assentamento, que futuramente serão os agentes que vão tocar essas tecnologias, ampliar, trabalhar com empreendedorismo, inovação”, disse Douglas Henrique Alencar, educador ambiental da SED (Secretaria de Estado de Educação).

Na Escola Estadual Nova Itamarati, essas ações se materializam por meio da instalação de tecnologias sociais que passam a dialogar diretamente com o currículo escolar. A proposta é que estudantes e professores possam discutir, experimentar e aprimorar soluções aplicáveis ao ambiente local, fortalecendo vínculos entre teoria e prática.

“A UFGD nos ajuda bastante com doação de mudas, aquaponia. A grande contribuição que os alunos têm em relação aos projetos, é que os alunos veem a universidade como algo bem acessível, próximo deles. Esse contato com os professores estimula eles a fazerem uma faculdade e ver que não é algo distante. A gente percebe, principalmente no terceiro ano do ensino médio, que é a sala que vai prestar vestibular, fazer o Enem, uma vontade maior em relação a buscar uma universidade pública”, disse o diretor da escola, Jucélio Salmazo.

Entre as tecnologias já instaladas ou em instalação estão o gerador de biogás, tanques para criação de peixes, sistemas de compostagem para produção de adubo orgânico, e outras iniciativas. Integrar essas tecnologias ao cotidiano escolar tem como objetivos ampliar horizontes, despertar o interesse dos jovens pela inovação no campo e apoiar o desenvolvimento sustentável da comunidade.

A iniciativa integra as ações já desenvolvidas pela equipe do CDR (Centro de Desenvolvimento Rural) da UFGD, que conduz projetos de pesquisa e extensão voltados ao fortalecimento da agricultura familiar e ao desenvolvimento sustentável. A professora Juliana Carrijo, da UFGD, é responsável por projetos e pesquisas na área de aquaponia, psicultura, desenvolvimento e soluções sustentáveis, além de ferramentas pedagógicas para o fortalecimento de escolas do campo.

“O projeto CDR existe há oito anos, um macroprojeto da UFGD no assentamento. Nós temos 60 professores e alunos trabalhando juntos com várias temáticas dentro da agricultura familiar e bioeconomia. Uma das demandas é a questão dos jovens na área rural, da sucessão e de potencializar oportunidades de produção mais sustentáveis. Com isso, a gente começou a trabalhar nas escolas do campo”, explicou Juliana.

O projeto piloto foi montando na Escola Estadual Nova Itamarati, que é a maior unidade rural do Mato Grosso do Sul. A iniciativa busca desenvolver e sistematizar uma metodologia para implantação de espaços coletivos voltados à educação, ciência, tecnologia e inovação no meio rural, com foco na agricultura familiar.

“A proposta do projeto é ter um espaço inovador com tecnologias sociais escolhidas, identificadas pelos próprios professores. As tecnologias sociais são ligadas pedagogicamente às disciplinas que ministradas”, disse a professora da UFGD.

O convênio prevê um investimento total de mais de R$ 1,4 milhão e envolve a atuação conjunta com a participação da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), que fornece suporte financeiro e técnico.

“O projeto é uma vitrine tecnológica, com o objetivo de ter esse espaço lúdico, interativo, replicável, e que se conecte com todas as disciplinas, em diferentes idades escolar, para utilizar como uma ferramenta auxiliar. Através da inovação social, das tecnologias sociais, é possível fortalecer a identidade do território, promover a sucessão rural”, finalizou Juliana.

Natalia Yahn, Comunicação Governo de MS
Fotos: EE Nova Itamarati / UFGD

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