Apoiado pelo Funles, projeto de Capoeira mantém crianças longe do tráfico na fronteira

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  • Thereza Christina Amendola da Motta Cance
  • 06/outubro/2017 10:15 am
  • Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

Campo Grande (MS) - Estabelecida em uma região pobre de Ponta Porã, há 17 anos a Associação Camará Capoeira trabalha com crianças de 8 a 14 anos. Elas chegam indicadas pelos órgãos de assistência social ou pelos juizados de menores, já com antecedentes de má conduta. No galpão elas aprendem o jogo que é também uma dança e tem o poder de desfazer as lembranças de um passado ruim e criar um ambiente saudável, longe do perigo das ruas, direcionando-as a um futuro vivo. Fazem cursos, recebem alimentação decente e o mais importante: encontram um sentido para viver.

“Se não fosse o projeto, a maioria dessas crianças nem viva estaria”, afirma o presidente da Associação, Vinicius Martins. A juventude de Ponta Porã sofre o assédio pesado do tráfico que precisa de “mulas”, como são chamados os transportadores de pequenas quantidades de drogas, geralmente por meio de ônibus intermunicipais, e cujo fim fatal é dividir uma cela suja de prisão ou morrer vítima da guerra de gangues.

O projeto da Associação Camará Capoeira recebeu recursos de R$ 102.865,00 do Fundo de Defesa e Reparação de Interesses Difusos e Lesados (Funles) para levar atendimento a 100 crianças. Com esses recursos será possível comprar uniformes, instrumentos musicais como atabaques, pandeiros, berimbau, agogô, djembê, xequerê, contratar professores e custear outras despesas para execução das atividades pelo período de um ano.

O projeto da Associação Camará Capoeira recebeu recursos de mais de cem mil reais do Funles para atender 100 crianças.

E, dessa forma, a Associação terá condições de ampliar e prosseguir atendendo as crianças de Ponta Porã, transformando vidas construindo o futuro. “Tem alguns que já fizeram faculdade, já se casaram, temos militares que passaram por aqui e hoje vêm dar cursos pra garotada”, conta o mestre José Maria Viana Guedes, que há 35 anos ensina capoeira. Saiba mais sobre a Associação neste link.

O Funles

O Funles patrocina projetos em cinco eixos de investimentos:

  • Meio Ambiente;
  • Consumidor, a Ordem Econômica e a Livre Concorrência;
  • Aos Direitos de Grupos Raciais, Étnicos ou Religiosos;
  • Bens e Direitos de Valor Artístico, Histórico, Estético, Turístico e Paisagístico;
  • Patrimônio Público e Social e Outros Interesses Difusos.

Foi criado há 20 anos em nível federal e, em Mato Grosso do Sul, foi instituído pela Lei Estadual nº 1721/1996 e regulamentado pelo Decreto Estadual nº 10871/2002.

As receitas que compõem o Fundo são provenientes de indenizações decorrentes de condenações judiciais por danos causados a bens e direitos, multas judiciárias, indenizações e compensações previstas em acordos coletivos, inclusive, termo de ajustamento de conduta, bem como multas por descumprimento desses acordos.

O Fundo também pode receber contribuições e doações de pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras. Qualquer entidade, organismos oficiais e instituições de pesquisa podem apresentar projetos pleiteando recursos do fundo.

Neste primeiro edital de chamamento desde a criação do fundo, há 11 anos, a distribuição de recursos atende um leque de ações em diferentes áreas, beneficiando toda a sociedade com nove projetos de R$ 1,5 milhão. A assinatura dos convênios aconteceu nessa quinta-feira (5.10), na Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), com representantes das nove entidades contempladas.

Texto e fotos: João Prestes - Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro)

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