Doutorando em engenharia mecânica, o estudante Thiago Lopes Quevedo, em parceria com dois amigos, desenvolve uma mão biônica impressa em 3D, com a finalidade de atender pessoas com limitações físicas que tenham necessidade de prótese, a custos menores que os praticados atualmente. O projeto recebe recursos da Fundect - Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul, por meio do edital Centelha.
“O projeto da prótese biônica de mão, em primeiro lugar, é algo que traz uma satisfação pessoal muito grande, poder trabalhar com algo que pode reabilitar ou melhorar a condição de vida de alguém é algo magnífico. Já tive a oportunidade de desenvolver uma prótese para o auxílio da marcha de um cão, esse produto hoje já está na quarta geração. Quando vejo, tanto o paciente, como o produto funcionando, é uma realização muito grande”, explica Quevedo. “Mesmo sendo coisas diferentes, como a prótese de mão, a linha de pesquisa e a finalidade é uma só, oferecer uma condição de vida melhor para o paciente, para que ele possa buscar independência nas suas atividades ou que transforme o seu cotidiano mais fácil, melhorando a sua condição de vida. Melhorar a vida do próximo, resume o empenho no projeto”.
Desde a graduação o pesquisador desenvolve soluções e produtos, relacionados à modelagem, simulações e a manufatura. Na atual pesquisa ele se dedicou à engenharia biomédica, na busca pela prótese de baixo custo e alto desempenho.
“As próteses de alta tecnologia que chegam ao Brasil, possuem um valor médio entre 50 a 100 mil dólares [...] São valores exorbitantes, quando temos em mente que o rendimento domiciliar per capito brasileiro é de R$ 1.373,00, segundo o próprio IBGE, no ano de 2018. Além dos valores elevados, ainda temos um longo período, em que os pacientes precisam estar em centros especializados, realizando treinamentos e adaptações nas próteses de alta tecnologia. Outro dado importante, é uma estimativa de que 70% dos pacientes que possuem próteses de alta tecnologia, acabam deixando os dispositivos de lado, a adaptação não é fácil”, destaca o pesquisador.
Do ponto de vista técnico, segundo o engenheiro, o projeto para ter sucesso em uma linha de pesquisa, como o desenvolvimento de uma prótese biônica, precisa ser multidisciplinar e atuar de forma interdisciplinar. Ao mesmo tempo que o projeto se relaciona à área médica, há questões mecânicas, que é a base do produto, questões eletrônicas e de programação, além de buscarem entender a dor do usuário. “Dor no sentido de necessidade, o produto é feito para o usuário, a gente precisa entender isso, conversando com ele, com terapeuta, médico, psicólogo, inclusive por meio do psicólogo, entendemos o real motivo de próteses na faixa de R$200 mil, estarem sendo descartadas pelos usuários”, aponta Quevedo.
Para tornar possível as pesquisas relacionadas à mão biônica, foi necessário reunir recursos de diversas entidades. Além da Fundect, apoiam o projeto a Capes, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação e o CNPQ.
Diego Silva, Fundect
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