Chamamé, tradição e alegria: grupo Estrelas do Pantanal brilha no Festival América do Sul

Com integrantes entre 60 e 85 anos, coletivo de Ladário representa a longevidade da cultura pantaneira

A sexta-feira (16) foi de dança, tradição e muita vitalidade em frente ao Palco das Américas, em Corumbá. O Grupo de Dança Estrelas do Pantanal, da Associação dos Aposentados, Pensionistas e Pessoas Idosas de Ladário (AAPPIL), se apresentou no Festival América do Sul com uma animada performance de chamamé. Formado por 26 integrantes, o grupo levou ao público uma demonstração vibrante de dedicação e alegria coletiva.

Tradicional no Mato Grosso do Sul e em outras regiões da fronteira com o Paraguai e a Argentina, o chamamé é um gênero musical e de dança marcado por passos marcados e pares entrelaçados. Com raízes indígenas, espanholas e guaranis, o ritmo expressa a identidade cultural de povos fronteiriços e tem forte presença nas festas e manifestações populares do Pantanal. Para muitas pessoas, dançar chamamé é também uma forma de manter viva a história de suas famílias e comunidades.

Criado junto com a fundação da AAPPIL, há 34 anos, o Estrelas do Pantanal já passou por diferentes fases e, desde 2017, adotou o nome atual. Os ensaios são realizados semanalmente, às terças-feiras, na sede da associação em Ladário, e são momentos de convívio, preparação e cuidado.

Para Júlia Cândido Andrade, de 69 anos, integrante há três anos, a dança virou parte essencial da rotina. “Me ajuda muito. Quando a gente sabe que vai se apresentar, dá uma adrenalina boa. A autoestima melhora muito, e na hora que começa a música, a gente esquece tudo”, contou.

a “Rainha” do grupo Disney Soares

A mais experiente das Estrelas é Disney Soares, de 85 anos. Ela participa do grupo há quase uma década e se diverte com o título carinhoso que recebeu das colegas. “Eu sou a rainha deles. Danço porque gosto. Em casa danço também. Faço tudo que me proponho. Me acho”, disse, sorrindo.

A diretora social da AAPPIL, Suziane Braga, explica que a proposta do grupo é também promover bem-estar físico e emocional. “Muitos estavam parados, desanimados. A dança trouxe rotina, motivação, autoestima. Além de se exercitarem, se divertem, criam laços e voltam a ter compromisso com algo que faz bem”, destaca.

A participação das Estrelas do Pantanal no Festival América do Sul reforça o compromisso do evento com a diversidade etária, cultural e social da região fronteiriça. Ao abrir espaço para artistas idosos da comunidade local, o festival amplia os olhares sobre o que é arte, pertencimento e tradição conectando passado, presente e futuro por meio da dança.

O Festival América do Sul acontece até o dia 18 de maio, com uma vasta programação cultural. Confira as atrações aqui: https://mscultural.ms.gov.br/festival/festival-america-do-sul/

Evelise Couto, Ascom FAS 2025
Fotos: Daniel Reino/Ascom FAS 2025

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