Cores em múltiplas inspirações: Marco abre 4ª Temporada de Exposições

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  • 10/dezembro/2018 10:00 am
  • Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

Campo Grande (MS) - Múltiplas e coloridas inspirações marcam a 4ª Temporada de Exposições do Museu de Arte Contemporânea (Marco), da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS). Apostando em colagens e pinturas, as quatro mostras serão inauguradas em 16 de janeiro, a partir das 19h30. A entrada é franca.

Em comum, as mostras desta Temporada compartilham traços nítidos e o colorido das formas: Terras do sem-fim - pinturas da artista Tatiana Clauzet (SP); Papier Découpé (In memorian) - colagens da artista Maria Eduarda Shakesheave (MS); Re-Posições - pinturas do artista Ismael Oliveira (SP) e O que vejo da janela do meu quintal - aquarelas da artista Lu Sant"Anna.

Um mundo onírico e iconográfico das obras de Tatiana Clauzet.

Um dia eu hei de morar nas terras do sem-fim. Esta primeira frase do poema Cobra Norato, de Raul Bopp, é a entrada a um mundo onírico e iconográfico das obras de Tatiana Clauzet. Em "Terras do Sem-Fim", a artista se apropria da obra icônica do movimento antropofágico escrita em 1928 para apresentar uma releitura visual do poema que, por sua vez, também se apropriou da lenda folclórica amazônica da Cobra Grande.

Essa cumplicidade estética que a artista descobre nas palavras lhe dão o substrato para a série de trabalhos de apresentação visual ingênua, diáfana. Usando elementos e frases pontuais, criou uma série de 10 obras intitulada "Cenários de Passagem”. Baseada na descrição poética desses cenários naturais em que o herói do mito, Cobra Norato, tem que passar para chegar ao seu objetivo, Tatiana Clauzet formula obras que, como cartas de um baralho de tarô, expressem cenários interiores.

Terras do Sem-Fim é uma colagem de arte, poesia, cultura e história, um convite à integração cultural afetiva do homem com o mundo natural, valorizando a arte brasileira do passado distante, do ontem, e de hoje.

Papier Découpé reúne imagens pintadas e recortadas de revistas por Maria Eduarda Shakesheave.

"Papier Découpé" ou simplesmente corte do papel reúne imagens pintadas e recortadas de revistas por Maria Eduarda Shakesheave. A série de colagens reúne os últimos trabalhos da artista e apresenta facetas de uma personalidade complexa e profunda em busca de uma estética própria, do ser e estar no mundo, da racionalidade, do papel da mulher na sociedade.

A mostra revela traços de eudemonia, palavra de origem grega que significa busca pela felicidade por meio da vida ativa, que no fazer artístico da artista se traduz em sua sede por conhecimento. “Sua mente não encontrou limites, simplesmente porque não os tinha, não se esgotava”, avalia a curadora e crítica de arte Cláudi Rossi.

As colagens de Maria Eduarda Shakesheave são mergulhos nas profundezas das relações humanas em que a artista nos convida a fazer a fim de buscar aquilo que se perdeu.

Em Re-Posições, Ismael Oliveira apresenta telas que vislumbram a magia do existir.

Em "Re-Posições", Ismael Oliveira apresenta telas que vislumbram a magia do existir, a descoberta de novos rumos, o frescor da natureza, as elucubrações arquitetônicas, a musicalidade perene das cores. As obras fazem do observador um elemento essencial, aglutinador de sensações na ampla gama de referências existentes em cada detalhe.

As transparências, os efeitos da luz, os ambientes propostos, os personagens que surgem, os seres misteriosos que habitam o inconsciente coletivo são algumas das características do seu labor, se aprofundando na atemporalidade das circunstancias, questionando regras comportamentais impostas por uma sociedade hipócrita.

Nos guaches, Ismael representa o alto nível das sutilezas transpostas para um clima mais intimista, revelando rumos em nostálgicas ambiências, perscrutando no fluxo das cores a poética de um momento único.

As aquarelas da mostra "O que vejo da janela do meu quintal", de Lu Sant"Anna, refletem a cultura nativa, a fauna e a flora do Estado do Pará. No quintal da artista, onde ela vive como canoeira, rio, natureza, fauna, flora, os ribeirinhos e os amigos canoeiros são inspiração.

A mostra "O que vejo da janela do meu quintal", de Lu Sant"Anna, reflete a cultura nativa, a fauna e a flora do Pará.

Munida de preciso domínio e efeitos visuais, como toques orientais e outros reconhecidos por seus apreciadores, Lu Sant"Anna apresenta suas aquarelas em duas categorias: flores (strelitzias, orquídeas, copo de leite, lotus e água-pés, e pássaros (sanhaços, garças, sabiás, colibri, japiins).

A artista viaja através de múltiplas técnicas e nos mostra seu caminho pelas aquarelas. Diante dos traços sensíveis e angulosos de suas obras, apropriadas pela cor, ora sútil, ora vibrante, a artista se experimenta e apresenta seu jardim interior, cores, flores e pássaros, que habitam às janelas de seu quintal.

Mostra em janeiro

A 4ª Temporada de Exposições, que de acordo com edital seria inaugurada ainda em 2018, teve de ser adiada para janeiro de 2019 em função de determinações legais da Justiça Eleitoral, que suspendeu a abertura e a divulgação de algumas ações desenvolvidas pelos órgãos estaduais e vinculados entre julho e outubro.

A 4ª Temporada de Exposições do Marco fica aberta ao público de 17 de janeiro a 3 de março de 2019, sempre com entrada franca.

O Museu fica na rua Antônio Maria Coelho, 6000, no Parque das Nações Indígenas. As visitações podem ser feitas de terça a sexta, das 7h30 às 17h30. Sábados, domingos e feriados das 14h às 18h.

Para mais informações e agendamento com escolas para realização de visitas mediadas com as arte educadoras do Programa Educativo, basta ligar no telefone (67) 3326-7449.

Marcio Breda - Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS)

Fotos: Divulgação

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