Curso de recepcionista leva esperança, capacitação e oportunidade a internas do presídio de Jateí

  • Agepen
  • Keila Terezinha Rodrigues de Oliveira
  • 29/maio/2025 5:49 am
  • Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

Uma importante ação de inclusão e qualificação profissional para mulheres privadas de liberdade está sendo promovida no Estabelecimento Penal Feminino “Luiz Pereira da Silva”, em Jateí. Reeducandas estão aprendendo a profissão de recepcionista, por meio do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego).

A iniciativa faz parte das ações educacionais promovidas pela Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), coordenadas pela DAP (Diretoria de Assistência Penitenciária), através da Divisão de Educação, que vem se destacando no fortalecendo as políticas públicas voltadas à ressocialização.

O curso conta com a participação de 15 internas e envolve disciplinas como Produção de Texto, Matemática Aplicada e Educação Financeira, Cidadania, Gênero e Direitos da Mulher, Ética e Relações Humanas, Noções de Biossegurança, Saúde da Mulher, Qualidade de Vida, Inclusão Digital, entre outras.

Para a diretora do estabelecimento penal, Solange Pereira da Silva, ações como essa são fundamentais no processo de transformação social dentro do sistema prisional.

“Esse curso não só qualifica, mas principalmente resgata a autoestima e devolve às internas a esperança de um futuro melhor. A educação tem um poder transformador, e aqui nós estamos plantando sementes de mudança, de recomeço e de oportunidade”, destaca a dirigente.

Uma das alunas do curso, a reeducanda Fernanda acredita ser muito importante o oferecimento desse tipo de capacitação.

“Traz conhecimento e uma oportunidade de integração na sociedade. Lá fora, além de ser uma chance de emprego e uma mudança de vida, nos dá esperança, mudança de caráter e conduta. Prepara a gente para voltar à sociedade e ter uma oportunidade melhor. É um incentivo que mostra que nunca é tarde para aprender e recomeçar”, afirma.

A interna Juliana também reforça o impacto positivo da ação. “Esse curso é uma forma de abrir portas de emprego. Não é porque estamos privadas de liberdade que não podemos estudar. Temos que acreditar nos nossos sonhos, no poder da palavra, superar os obstáculos, enfrentar os medos. Esse curso vai nos ajudar a ter um futuro melhor. É preciso ter força, coragem e vontade. Não basta dizer sim, temos que praticar. Eu, particularmente, só tenho a agradecer pela confiança da equipe do presídio, que não desistiu da gente”, agradece.

Outro relato que emociona é o da interna Marisa, mãe de dois filhos — um de quatro anos e outro de um ano e seis meses. Ela conta que este já é o sexto curso que realiza na unidade prisional e vê nele uma grande oportunidade de transformação.

“Está me ajudando bastante, inclusive a controlar minha ansiedade. Quero muito concluir para ter um futuro melhor e, principalmente, dar um futuro digno para os meus filhos. Quero me ressocializar, e esse curso vai me ajudar muito, porque vou ter várias oportunidades em diferentes áreas de trabalho”, ressalta. "Sou muito grata a toda equipe, que mais uma vez me oferece ajuda, tem paciência comigo e dá o melhor de si, não só para mim, mas para todas nós que estamos aqui”.

A diretora de Assistência Penitenciária da Agepen, Maria de Lourdes Delgado Alves, defende que educação é uma das principais ferramentas de transformação social. “Cada curso que oferecemos à população privada de liberdade, representa uma porta que se abre para que possam reconstruir suas histórias”, afirma.

“O compromisso da nossa equipe é diário, e, como nesse caso de Jateí, ver cada interna se dedicando, sonhando e acreditando novamente em si mesma nos motiva a continuar esse trabalho”, completa.

A formação teve início em maio deste ano e se estenderá até o final de julho, totalizando 160 horas de capacitação, distribuídas em 48 dias letivos.

Comunicação Agepen

Veja Também
Últimas Notícias