Campo Grande (MS) – No mês de junho são realizadas festas juninas em todas as regiões do país, e junto com as comemorações vem a perigosa combinação do álcool e direção, uma mistura que nunca dá certo.
Dirigir alcoolizado está entre os cinco principais fatores de risco para a mortalidade no trânsito. Apesar da Lei Seca sancionada em 2008, com o intuito de minimizar o alto índice de mortes em decorrência do consumo de bebida alcoólica e de todas as punições, ainda é visível a falta de consciência de alguns motoristas.
Em Mato Grosso do Sul, no ano de 2016, de janeiro a maio, foram registradas 1.117 infrações de alcoolemia. Já em 2017, no mesmo período 1.247, o que representa um acréscimo de 11.6%.
Para o Superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Luiz Alexandre da Silva, um motorista que dirige embriagado torna-se um perigo para todos os demais motoristas, pedestres e para si. “Nós realizamos operações com o objetivo de preservar vidas, fazendo com que o cidadão respeite as leis. O país paga um alto custo pelos acidentes de trânsito, impacta em diversos setores, mas principalmente na saúde. A luta de combate à embriaguez, reflete na mudança de hábito. O motorista deve ter a consciência que estando alcoolizado, coloca a vida de todos em risco”, conclui da Silva.
O Brasil está entre os países que estabeleceram a tolerância zero para o consumo de bebida alcoólica por motoristas, e entre os mais de 130 que usam o teste do bafômetro como forma de garantia do cumprimento da lei, de acordo com o relatório global da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS) aborda o tema em campanhas educativas de maneira sistemática ao longo do ano, e ainda o tema é recorrente em ações que antecedem feriados. “A maioria das pessoas abordadas em nossas campanhas de rua, se mostram receptivas, comentam, indicam locais para a atuação do órgão, cobram mais fiscalização, porém, infelizmente ainda há aquelas que são inflexíveis em relação a abordagem”, afirma o gestor de educação e segurança de trânsito do Detran, Ivar Custódio da Silva.
Efeitos do álcool no corpo humano
CAS (g/100ml) |
Efeitos sobre o corpo |
0,01-0,05 |
Aumento do ritmo cardíaco e respiratório |
Diminuição das funções de vários centros nervosos | |
Comportamento incoerente ao executar tarefas | |
Diminuição da capacidade de discernimento e perda da inibição | |
Leve sensação de euforia, relaxamento e prazer | |
0,06-0,10 |
Entorpecimento fisiológico de quase todos os sistemas |
Diminuição da atenção e da vigilância, reflexos mais lentos, dificuldade de coordenação e redução da força muscular | |
Redução da capacidade de tomar decisões racionais ou de discernimento | |
Sensação crescente de ansiedade e depressão | |
Diminuição da paciência | |
0,10-0,15 |
Reflexos consideravelmente mais lentos |
Problemas de equilíbrio e de movimento | |
Alteração de algumas funções visuais | |
Fala arrastada | |
Vômito, sobretudo se esta alcoolemia for atingida rapidamente | |
0,16-0,29 |
Transtornos graves dos sentidos, inclusive consciência reduzida dos estímulos externos |
Alterações graves da coordenação motora, com tendência a cambalear e a cair frequentemente | |
0,30-0,39 |
Letargia profunda |
Perda da consciência | |
Estado de sedação comparável ao de uma anestesia cirúrgica | |
Morte (em muitos casos) | |
A partir de 0,40 |
Inconsciência |
Parada respiratória | |
Morte, em geral provocada por insuficiência respiratória |
(Fonte: Centro de informações sobre saúde e álcool – Cisa)
Jaqueline Tente - Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS)
Foto: Divulgação