Campo Grande (MS) – Dos 26 estados brasileiros Mato Grosso do Sul é o que mais apreende drogas. Ao longo de 2016 as polícias do Estado tiraram de circulação aproximadamente 300 toneladas de drogas, batendo o próprio recorde de apreensões – de pouco mais de 280 toneladas em 2015.
Dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) apontam que nos últimos cinco anos as apreensões de drogas cresceram 238,8%, saltando de 87,6 mil quilos em 2012 para 296,8 toneladas em 2016, graças à intensificação do trabalho preventivo e repressivo realizado pelas polícias em todos os municípios, especialmente na faixa de fronteira.
Para o comandante da Polícia Militar Rodoviária, coronel Hélio Gauto, o trabalho nas estradas e o apoio constante da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), com a aquisição de novas viaturas e armamentos são fatores que tem contribuído para o aumento de apreensão de drogas.
“Embora a nossa missão principal seja o trânsito rodoviário, temos intensificado a atuação no combate aos crimes transfronteiriços. A presença marcante dos policiais nas rodovias estaduais e o trabalho constante do comando no sentido de manter a tropa motivada, tem gerado excelentes resultados que se traduz em grande quantidade de apreensões de drogas (especificamente maconha e cocaína), armas, produtos de contrabando e descaminho, recuperação de veículos com registro de roubo ou furto e cumprimento de mandado de prisão”, destacou o comandante da Polícia Militar Rodoviária que só no ano passado apreendeu 43,4 toneladas de drogas nas estradas do Estado.
Aliadas ao trabalho policial estão também as novas tecnologias, como aplicativos que permitem consultas de veículos em qualquer lugar e até que identificam documentos falsos com apenas um clique. Essas são algumas das ferramentas utilizadas pelos homens do Departamento de Operações de Fronteira, que em 2016 foram responsáveis pela apreensão de aproximadamente 47 toneladas de drogas. “Atribuímos os bons resultados obtidos pelo departamento no passado, aos investimentos e capacitações dos nossos policiais, além da integração com outras instituições policiais”, destaca o coronel Ary Carlos Barbosa, que comanda o DOF.
As ações de policiamento de recobrimento do departamento são planejadas com base no trabalho de inteligência e também nas informações recebidas pelo telefone 0800-647-6300, número do disque denúncia do Departamento que desde que foi criado já recebeu mais de mil ligações, sendo que a grande maioria resultou em apreensões de drogas, armas e contrabando.
Atuando em todo o Estado a Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico (Denar) tem focado as ações na desarticulação de organizações criminosas que são na maioria das vezes responsáveis pelo abastecimento de pontos de vendas de drogas nos municípios do Estado, através do trabalho de inteligência. “Temos desenvolvido um trabalho de campo por meio das equipes de investigação que tem sido responsável por tirarmos de circulação grandes traficantes, e consequentemente aumentando significativamente o número de apreensões”, enfatizou o delegado titular da Denar, Rodeigo Yassaka.
De 2015 para 2016 o número de apreensões de drogas feitas pela Especializada da Polícia Civil praticamente dobrou. A quantidade de cocaína tirada de circulação pela unidade especializada saltou de 118 quilos de cocaína em 2015 para 257 quilos em 2016. Já as apreensões de maconha passaram de 3,3 mil quilos em 2015 para 8 toneladas no ano passado.
Todos os municípios de Mato Grosso do Sul contam com unidades da Polícia Militar, que atua na prevenção e da Polícia Civil, responsável pela repressão de crimes, entre eles o tráfico de drogas. Nos 44 municípios que fazem fronteira com o Paraguai e a Bolívia, de onde saem praticamente todas as drogas apreendidas no Estado, há o policiamento de recobrimento feito pelo Departamento de Operações de Fronteira (DOF) e a Polícia Militar Rodoviária.
Reportagem Regiane Ribeiro Assecom/Sejusp
Foto: João Garrigó