Campo Grande (MS) - Durante a realização da 13ª edição do Simpósio sul-mato-grossense de Ovinocultura, realizado no ultimo sábado (25), na Acrisssul, o Secretário de Estado da Produção e Agricultura Familiar, Fernando Lamas, comentou sobre o posicionamento do Governo em relação a projetos de fomento para a ovinocultura no Estado.
Num Estado naturalmente vocacionado para a pecuária com tradição na exploração da bovinocultura de corte, a ovinocultura é uma atividade paralela, que vem sendo desenvolvida, há muitos anos, mas como o secretário mesmo destacou, ainda de uma forma muito rudimentar. “Em quase toda propriedade rural as pessoas tem criação de carneiros, agora ovinocultura só mais recentemente”. Completou.
Segundo Lamas, hoje, o mercado de carnes no Brasil abre uma oportunidade extremamente interessante para a ovinocultura, que aliada a sistemas de produção mais modernos permitem que a atividade se torne interessante para os criadores. Para ele a ovinocultura pode ser integrada com a pecuária de corte ou ainda com florestas e estas podem ser ótimas opções para Mato Grosso do Sul.
Simpósio
“Precisamos estudar e desenvolver oportunidade de mercado. E este simpósio está muito focado nisto, mostrando alternativas de mercado. Por que, condições para produzir - de clima, de solo e de conhecimento técnico - nós temos em Mato Grosso do Sul, agora, precisamos desenvolver mercado e esse é o foco deste 13º simpósio de ovinocultura, que trouxe experiências de diferentes regiões do Brasil para melhorar ou apresentar novas alternativas”. Disse.
“Recentemente aqui em Mato Grosso do Sul, na busca por opções de mercado, foi encontrado uma alternativa, onde você reúne em uma propriedade, ovinos oriundos de diversos criadores e a partir dali você comercializa. É uma forma que se encontrou, legal, de conseguir escala de produção” destaca o Secretario, resumindo sobre o programa PDOA e completando que “Escala sozinho não garante o mercado. Você tem que ter escala, você tem que ter regularidade de mercado e padrão dos animais”.
Fomento na Fronteira
Na região de Ponta Porã, o Governo do Estado está desenvolvendo, em parceria com a EMBRAPA, um projeto, para gerar conhecimento e informação e inserir a ovinocultura, na faixa de fronteira, como uma alternativa de geração de renda para a agricultura familiar. “Paralelo a isso desenvolvemos, em parceria com a Embrapa de Campo Grande e Dourados e a Anhanguera, um programa onde disponibilizamos matrizes e reprodutores para melhorar o padrão racial dos animais e consequentemente melhorar os índices zootécnicos”. Destacou.
Através deste projeto, o governo entrega, via Embrapa e Anhanguera, animais de raça nas propriedades, em base de troca, e os criadores, devolvem animais comuns. Estes produtores recebem ainda apoio na organização do processo de comercialização.
ICMS
Sobre o ICMS, o governo do Estado está disposto, segundo o secretário, a rever e analisar todos os pleitos para que o ICMS não venha a ser um fator inibidor da produção. “A redução de ICMS ou alíquota diferenciada tem que ser visto como meio para fomentar uma atividade e não como fim”. Completa. Segundo ele, o Governador Reinaldo é sensível as questões do setor, mas, quer discutir com os criadores, a melhor forma para que estes tenham independência na sua atividade.
No Simpósio, organizado pela Associação Sul-Mato-Grossense de Criadores de Ovinos (Asmaco), e Embrapa foram apresentados casos de sucesso no Estado e fora dele. Foram realizados debates e a troca de experiências foi bastante produtiva, segundo os participantes. O evento, gratuito, foi direcionado a produtores rurais, técnicos, universitários e interessados no tema e trouxe a Campo Grande o Secretário de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito, Santo Octaciano Gomes de Souza Neto, que apresentou um dos casos de sucesso.
Programa PDOA
Propriedade de Descanso de Ovinos para Abate (PDOA), iniciativa inovadora em Mato Grosso do Sul, onde são reunidos cordeiros de vários produtores e encaminhados para o frigorífico, o que facilita o transporte dos animais e um preço único e favorável aos produtores sem, por exemplo, a interferência de atravessadores.
Texto e Foto: Kelly Ventorim