Embarcações com minério de ferro levam produtos de MS para os principais polos industriais do planeta
As exportações realizadas pelos portos de Corumbá e de Porto Murtinho somaram US$ 330,9 milhões nos seis primeiros meses de 2025, com um volume total de 4,5 milhões de toneladas. O resultado, ainda que parcial, já supera o movimento registrado pelos dois terminais portuários ao longo de todo o ano de 2024 e reforça a importância da Hidrovia do Paraguai como modal logístico para o escoamento de produtos como minério de ferro, ferro-gusa e soja.
Segundo a Assessoria Especial de Economia e Estatística da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), o Porto de Corumbá respondeu por US$ 197,6 milhões em exportações no período. O destaque é o minério de ferro e seus concentrados, com US$ 182,8 milhões, equivalente a 3,82 milhões de toneladas.
O volume de produtos escoados pelos terminais de Corumbá é quase o dobro do total registrado em 2024, quando foram exportadas 2,09 milhões de toneladas de minério. Também foram embarcados ferro-gusa (50,5 mil toneladas, US$ 19,6 milhões), outros minérios de metais de base (125 mil toneladas, US$ 19 milhões) e celulose (18,4 mil toneladas, US$ 10,6 milhões).
No mesmo período, o Porto de Porto Murtinho movimentou US$ 133,5 milhões, tendo como destaque exclusivo a soja em grão, que respondeu pela totalidade das exportações da unidade. Foram embarcadas 370,1 mil toneladas de soja nos primeiros seis meses do ano - volume três vezes maior que o registrado no mesmo período de 2024 (122,7 mil toneladas) e já superior ao total exportado ao longo de todo o ano passado.
Navegabilidade do Rio Paraguai favorece comércio exterior
A recuperação parcial dos níveis do rio Paraguai em 2025 tem contribuído diretamente para o aumento da movimentação nos terminais de Corumbá e Porto Murtinho. De acordo com dados da Sala de Situação do Imasul, após enfrentarem, em 2024, a pior seca da série histórica, os dois portos voltaram a operar com maior regularidade neste ano, favorecidos por elevações significativas no nível do rio: em Ladário, a alta foi de 2,20 metros; em Porto Murtinho, de 2,40 metros.
A melhoria das condições de navegabilidade, ainda que abaixo dos patamares de 2023, já foi suficiente para reativar as rotas de escoamento fluvial, especialmente para commodities como minério de ferro e soja. "A logística fluvial mostra sinais de recuperação e reforça o papel estratégico dos portos sul-mato-grossenses localizados ao longo do rio Paraguai", destaca o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
Concessão da Hidrovia do Rio Paraguai
No fim de junho, a Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários) avançou no processo de concessão da Hidrovia do Rio Paraguai. O leilão do modal está previsto para ocorrer até dezembro de 2025.
O projeto abrange um trecho de 600 km entre Corumbá e a foz do Rio Apa, em Porto Murtinho, e contempla serviços de dragagem, sinalização e balizamento, construção de galpão industrial, aquisição de draga, levantamentos hidrográficos, implantação de sistemas de gerenciamento de tráfego aquaviário e ações de inteligência fluvial.
A proposta da Antaq prevê investimentos iniciais de R$ 63,8 milhões nos primeiros cinco anos da concessão, que terá duração de 15 anos, podendo ser prorrogada. "A concessão da Hidrovia do Rio Paraguai é fundamental para a economia sul-mato-grossense, pois destrava gargalos logísticos que hoje encarecem a produção mineral e agrícola", finaliza o secretário Jaime Verruck.
Marcelo Armôa, Comunicação Semadesc
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