Campo Grande (MS) - O governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, ao lado de autoridades do legislativo e judiciário, recebeu na manhã de ontem (dia 8), o Ministro da Defesa, Raul Jugmann, na Assembleia Legislativa do Estado. No último dia 2 de dezembro, a Casa de Leis realizou a audiência pública 'Segurança nas Fronteiras: Responsabilidade da União'. Desse encontro foi compilada a Carta de Campo Grande, com propostas de ações para combater os problemas destacados, cuja cópia entregue em mãos ao ministro pelas autoridades políticas do Estado.
Durante o evento, o governador reforçou que as ações conjuntas com a União são o primeiro passo, assim como a criação do núcleo de inteligência de fronteira, com todas as forças policiais e o exército, criando organização e ações efetivas de combate aos crimes na fronteira.
"Começa por ai: primeiro a inteligência, aumento de efetivo, depois uma estrutura melhora para os nossos policiais. A efetivação do adicional de fronteira é importante para aumentar esse efetivo e acima de tudo a presença do ministro Jungmann e do chefe da inteligência do Ministério da Justiça, discutindo a montagem do núcleo de inteligência. Isso mostra que agora começamos a ter uma efetividade na construção dessa parceria", afirmou o governador.
O ministro Jungmann apresentou dados sobre o trabalho do Governo Federal para a segurança do País e admitiu que as questões de fronteiras são preocupações urgentes.
“Passamos por uma situação de emergência. Hoje a grande questão nacional é a segurança que passa pelas fronteiras e essa diz respeito a todos nós. Temos 17 mil quilômetros de fronteiras e as três forças armadas atuando com ações repressivas e preventivas. Precisamos integrar prefeituras, Receita Federal, Ibama, todas as polícias, os países vizinhos. Sem integração não conseguiremos avançar. Não é só colocar mais policiamento armado nas ruas, precisamos da inteligência. Além disso, temos que considerar a fronteira como local que necessita de desenvolvimento, com mais saúde e empregos", declarou Jugmann.
Para 2017 o ministro informou a atuação da Comissão Permanente de Desenvolvimento e Integração das Faixas de Fronteiras (CDIF), formada por mais de 20 órgãos. Essa comissão terá como missão contribuir para o aperfeiçoamento da gestão das políticas públicas, valorização das operações surpresas, o incremento de recursos tecnológicos e de recursos humanos, a intensificação de operações de inteligência e o reforço do Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteiras (Sisfron).
Jugmann frisou o empenho para implementar em MS o primeiro núcleo de inteligência do Brasil com o objetivo de combater crimes fronteiriços. O núcleo deverá ser instalado em Campo Grande, em uma mansão confiscada pela Justiça, que era utilizada pelo tráfico de drogas. “Nossa missão é operacionalizar a gestão. Temos três grandes eixos a combater: redução dos homicídios e violência doméstica; a racionalização do sistema prisional; e os problemas das fronteiras. Faremos isso com a integração das polícias e inteligência”, explicou.
Autoridades
O secretário de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, fez um breve relato para por a par do conteúdo da Carta de Campo Grande, as autoridades federais. "Mato Grosso do Sul gasta quase R$ 130 milhões por ano com mais de seis mil presos por tráficos de drogas. Temos 1.517 km de fronteira seca no Estado, 12 municípios fronteiriços, sendo sete cidades gêmeas. Somos recordistas em apreensão de drogas, com 280 toneladas somente em 2015. Quando intensificamos o apoio do estado na segurança, vimos a União reduzir seu efetivo. Precisamos reverter esse quadro. Proteger o Mato Grosso do Sul é proteger o Brasil”, disse.
Para viabilizar mais auxilio federal ao estado, o senador Pedro Chaves, se colocou à disposição. “Somos um corredor. A União sabe disso e não está ausente desta questão. Vamos intermediar para que não faltem investimentos”, ressaltou. Em nome da Assembleia Legislativa, o presidente, deputado estadual Junior Mochi agradeceu a presença do ministro e entregou uma estátua do cavaleiro Guaicurus, símbolo do Palácio do Legislativo do Mato Grosso do Sul.
Governador Reinaldo, ministro Jugmann e senador Pedro Chaves
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Texto: Diana Gaúna - Subcom.
Fotos: Chico Ribeiro