A rotina de Regiane Alves, de 45 anos, começa antes do amanhecer. Às 4h30, ela estaciona seu trailer de lanches, acoplado a um veículo, no km 96 da MS-040 - rodovia que liga Campo Grande a Santa Rita do Pardo, no leste de Mato Grosso do Sul. Conhecido como 'Café da Regi', o pequeno estabelecimento se tornou um ponto de parada para cerca de 50 motoristas que diariamente buscam um cafezinho, uma refeição e o acesso à internet oferecido pela comericante.
Preocupada com a falta de conectividade na região, Regiane investiu em uma antena Starlink, transformando seu comércio em um ponto de apoio crucial para motoristas que enfrentam imprevistos na estrada. "Antes, não havia conexão por aqui, o que dificultava muito a vida, principalmente dos caminhoneiros. Às vezes, acaba a gasolina e não há como chamar ajuda", comenta.
A situação de Regiane reflete uma realidade comum entre os motoristas que trafegam pelos 244 km da MS-040. Para atender a essa necessidade crescente, o Governo do Estado lançou, pela primeira vez, pontos de Wi-Fi gratuito ao longo da rodovia, utilizando tecnologia de comunicação via satélite de baixa órbita e energia solar.
As antenas - que oferecem cobertura de internet em um raio de 200 a 500 metros - estão disponíveis na altura dos quilômetros 59, 90, 121, 153 e 189 da rodovia, oferecendo mais segurança e conforto para os usuários da via, que antes enfrentavam a falta de sinal de internet e telefonia.
Segundo Guilherme Alcântara de Carvalho, secretário de Estado de Infraestrutura e Logística (Seilog), a demanda por conectividade nas rodovias é cada vez maior. "Além da cobertura de telefonia móvel, a internet é essencial. Muitos motoristas dependem de aplicativos de comunicação durante as viagens. A ausência de sinal compromete não apenas a comunicação pessoal, mas também o acesso a serviços essenciais e informações em tempo real", explica.
Clayson Mila Pereira, tratorista de 32 anos que trabalha na região há mais de um ano, vivencia os desafios impostos pela falta de comunicação. "Precisamos da tecnologia desde às três e meia da manhã até às sete da noite. A falta de internet impacta muito, pois, se o carro quebrar, ficamos sem comunicação, o que é complicado", relata.
Já o caminhoneiro Luiz Ferreira, 33 anos, compartilha uma experiência semelhante. "A questão do dia a dia é sobre acidente, falta de socorro que a gente não tem como avisar a firma", relata. Ele lembra de um incidente específico. "Ano passado, uma questão de pneu estourou e a gente ficou sem socorro. Aí, duas, três horas depois conseguiu alguém para avisar a firma", explica.
A chegada da conectividade à MS-040 representa mais do que comodidade, é uma questão de segurança e suporte para quem depende da rodovia. Iniciativas como essa tornam o trajeto mais acessível aos motoristas, garantindo que condutores de veículos e trabalhadores da região possam viajar com mais tranquilidade, sabendo que, em caso de necessidade, haverá como pedir socorro.
Alexsandro Nogueira, Comunicação Seilog
Fotos: Bruno Rezende/Secom
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