Campo Grande (MS) - O secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck, assegurou que o governo do Estado fará o que for possível para reabrir em curto espaço de tempo o frigorífico de Coxim, fechado desde o dia 1º de fevereiro. O secretário disse que recebeu ordem do governador Reinaldo Azambuja para procurar a diretoria da JBS e encontrar uma solução para o problema que levou a empresa a suspender as atividades naquela cidade. Caso a JBS não demonstre interesse, o governo vai procurar outro grupo para assumir a planta.
Jaime Verruck se reuniu na manhã da última quinta-feira (2) na Assembleia Legislativa com o presidente da Casa, deputado Junior Mochi, que é de Coxim; com os prefeitos Aluísio São José (Coxim) e Enelto Ramos (Sonora), vereadores dessas duas cidades e também de Rio Verde. Mochi expôs a situação repassada a ele pelo vice-presidente da JBS Marcelo Zanata. Segundo ele, houve divergência para renovação do arrendamento com o Grupo Margem, que é proprietário da planta, além de outros problemas de ordem trabalhista que inviabilizaram a continuidade da JBS frente àquela unidade.
Todos os 210 funcionários foram demitidos e o fechamento do frigorífico causa um impacto significativo para a cidade, pois é a maior empresa local, disse o prefeito Aluísio São José. O frigorífico vinha abatendo cerca de 400 cabeças por dia e era o único em operação na região Norte. “Temos matéria prima de qualidade, mão de obra qualificada e logística. O que aconteceu foi uma desavença sobre valor do arrendamento, mas estamos vendo a disposição e a rapidez do governo em intervir e solucionar”, completou.
Júnior Mochi também ressaltou os atrativos da região – como rebanho numeroso e de qualidade – e a modernidade e funcionalidade da planta. “Temos quatro meses em que os funcionários receberão o seguro-desemprego, nesse período vamos agir para reabrir o frigorífico, com a própria JBS ou com outra empresa”, afirmou.
A estratégia primeira do governo é insistir com a JBS, revelou o secretário Jaime Verruck. O próprio governador Reinaldo Azambuja deve falar diretamente com o presidente do grupo. Não está descartada a ampliação de incentivos fiscais, caso seja necessário, disse Verruck. A Prefeitura também se comprometeu a ativar uma linha de ônibus para o transporte dos trabalhadores, uma das queixas da empresa que vinha bancando esse serviço e, com isso, a jornada de trabalho começava e terminava quando o empregado embarcava e desembarcava do veículo. Se a viagem for feita em transporte público não conta como horário de trabalho.
Reunião
Ainda na ocasião o presidente da Assembleia solicitou outra reunião, para a próxima quarta-feira (8), na Governadoria. O assunto é o projeto de implantação de um confinamento para até 45 mil cabeças de gado em Coxim e uma indústria de ração, de propriedade do empresário Roberto Tonial. Mochi pediu ao secretário que analisasse a situação do processo de licenciamento ambiental do projeto, o que será feito de imediato, afirmou Verruck.
O presidente da Assembleia também quer do governo do Estado a pavimentação de um trecho de 2,5 quilômetros que dá acesso ao confinamento e contempla várias outras empresas instaladas na localidade, entre as quais um pequeno frigorífico e um laticínio. Dessa reunião deve participar também o secretário de Infraestrutura, Marcelo Miglioli.
Texto: João Prestes/Semade
Foto: Nolli Corrêa/Semade