Juti (MS) – Um ano depois de ser devastada pelas chuvas do verão 2015/16, a cidade de Juti, distante a 302 quilômetros de Campo Grande, já respira ares de renovação. Lá foram investidos quase R$ 5 milhões do Governo do Estado em duas obras de recuperação: a primeira de adequação do sistema de abastecimento de água e ampliação do esgotamento sanitário; e a segunda de combate à erosão, que saiu da área rural e atingiu a periferia da cidade, rasgando ruas, destruindo casas e atormentando a população.
Na época, outubro de 2015, Juti ficou sem abastecimento de água e energia por horas. Para resolver a situação, de forma imediata, as máquinas da Sanesul iniciaram os trabalhos. Quando o período de estiagem chegou, a empresa de saneamento começou a investir na recuperação de tubulações, poços e redes de esgoto. Foi destinado R$ 1 milhão (recursos próprios da empresa de saneamento) para as obras, que foram concluídas em junho de 2016.
A segunda parte do investimento estadual foi na contenção da erosão, um total de R$ 3,9 milhões (recursos do Fundersul). Nessa etapa foram feitos os serviços de recomposição da erosão, instalação de rede de drenagem, aterro, canais e barragens. Conforme a Secretaria de Estado de Infraestrutura (Seinfra), a obra está 98,2% concluída, faltando apenas o plantio de gramas e a instalação de cercas em volta das barragens – serviços que devem ser executados nas próximas semanas.
Problema antigo
Relatos de moradores revelam que a erosão na área rural da cidade existia há pelo menos 20 anos. “Aí ela veio abrindo até que com a chuva forte do ano passado começou a avançar um pouco para a BR-163 e um pouco para o bairro”, contou a dona de casa Juliana Sodré, de 26 anos. Ela mora na Rua Pedro Álvares Cabral, uma das vias destruídas pela cratera, que chegou a atingir seis metros de profundidade por 15 de largura. “Teve que parar o tempo de chuva para as máquinas começarem a trabalhar. Mas graças a Deus que resolveram. Os moradores estão muito contentes porque estava muito feio e agora está melhor”, completou a mulher.
Mesmo com atendimento da Defesa Civil Estadual, Juliana não quis sair da casa por causa do risco. Assim como ela, a aposentada Marina Medida, de 44 anos, e a família também preferiram ficar na residência. “Todas as noites que colocava a cadeira no quintal e ficava acompanhando a chuva, para ver se ela não ia levar a casa”, recordou. “Mas agora está tudo bem, já arrumaram a rua, já choveu muitas vezes e não aconteceu mais nada”, disse. A filha dela, Alessandra Medina, 22, também aprovou a obra: “está melhor e mais seguro”.
Gestora da cidade, a prefeita Isabel Cristina Rodrigues falou das dificuldades dos moradores na época das chuvas e lembrou-se do apoio recebido pelo governo do Estado. “Passamos por um momento muito ruim por causa das fortes chuvas, decretamos situação de emergência e tivemos grande atenção do Governo do Estado no nosso município. Foram quase R$ 5 milhões investidos na recuperação da erosão”, recordou.
Bruno Chaves, Subcom | Fotos: Chico Ribeiro