Representantes do Chile, Argentina e Paraguai discutiram o avanço de obras em infraestrutura hoje (19) durante o Seminário Internacional da Rota Biocêanica e 6º Foro de Los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceânico, que acontece em Campo Grande.
As autoridades apresentaram, além do cronograma em dia de estradas e trechos de interligação entre os três países, outros investimentos em equipamentos que estão sendo projetados como ampliação de terminais portuários, centros de logística e distribuição.
O mediador do painel, ministro da carreira diplomática do MRE (Ministério das Relações Exteriores), João Carlos Parkinson de Castro, iniciou o evento dizendo que o tema traz e provoca grandes transformações. "A infraestrutura leva transformações econômicas, valoriza o desenvolvimento local, ativa regiões que estavam isoladas, e potencializa outras que estavam um pouco adormecidas. A infraestrutura tem um impacto de transbordo”.
Estudioso e entusiasta da Rota, o ministro Parkinson expôs que o corredor rodoviário abre oportunidades no Estado, no Centro-Oeste do Brasil e que se aplicam também às regiões da Argentina, Paraguai e Chile.
"Isso implica em profundas transformações na organização empresarial. As empresas terão de ser adequadas, não poderão ser unicamente produtoras, mas passarão a ser também exportadoras e importadoras", previu o diplomata brasileiro.
Ainda segundo o ministro Parkinson, “a infraestrutura movimenta cargas, facilita também o acesso aos territórios, promovendo não só uma melhor oferta de serviços, mas também de incentivo ao turismo", garantiu. O ministro aproveitou para lembrar que a integração latino-americana também deve acontecer por meio da ligação de malhas ferroviárias entre os países, que podem abarcar um volume muito maior de mercadorias.
Arnold Wies Durkesen, representante do Paraguai e ex-ministro de Obras Públicas (2018 a 2022), discorreu sobre o cronograma das obras em seu país, que inclui pontes e estradas interligando à Argentina, Chile e Bolívia.
“Eu diria que o Paraguai terá suas obras de infraestrutura finalizadas até o final de 2026. Há outras obras adicionais como a ponte que os irmãos argentinos conhecem entre Missión La Paz e Pozo Hondo. O projeto está em andamento para a construção de uma nova ponte conectando as localidades”, descreveu.
Ricardo Varas, representante do Chile, da região de Iquique, apresentou, por exemplo, a evolução do novo centro logístico de La Negra, em Antofagasta, que está em fase de pavimentação. Nesse território se concentram 52% da produção nacional de cobre, assim como a exploração de salitre e lítio no Salar de Atacama.
O representante de Salta, na Argentina, Nicolás Alexis Sivila, falou sobre obras em várias rodovias nacionais como a 51 e 54, rotas que se dirigem ao Chile. Nicolás também acrescentou investimentos na malha ferroviária presente em Salta.
O Seminário Internacional da Rota Bioceânica e o 6º Foro de los Gobiernos Subnacionales del Corredor Bioceânico reúne cerca de 1.400 participantes, vindos de 22 países das Américas, Europa, África e Oceania. A realização é do Governo de Mato Grosso do Sul, por meio da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), com o apoio da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul), Sebrae, Águas Guariroba e Energisa.
Amanhã (20), último dia do evento, serão apresentadas as atas das oito comissões técnicas do 6º Foro e divulgada a “Carta de Campo Grande”, documento que consolida os principais encaminhamentos.
Alexandre Gonzaga, Comunicação do Governo de MS
Fotos: Álvaro Rezende