Com base instalada na aldeia Jaguapiru, serviço será destinado ao atendimento da maior aldeia indígena urbana do país; equipe é composta por profissionais indígenas, que também atuarão como intérpretes
O governador em exercício, José Carlos Barbosa, o Barbosinha, participou no sábado (9), em Dourados, da inauguração de uma unidade do Samu (Serviço Móvel de Atendimento de Urgência) dentro da aldeia Jaguapiru. A unidade é a primeira no país a ser instalada dentro de uma área indígena, e servirá como referência para implantação em outras comunidades do país.
O serviço será exclusivo para atendimento da população indígena da maior aldeia urbana do país, com população estimada em 13,5 mil habitantes, segundo o Censo 2022 do IBGE. O principal objetivo é reduzir o tempo de resposta para o atendimento de urgências, além de facilitar a comunicação com equipes das unidades de saúde e hospitais, a partir da atuação de profissionais indígenas e fluentes na língua guarani.
“Estamos escrevendo um capítulo inédito na saúde pública brasileira. Com emoção e orgulho, inauguramos o primeiro Samu Indígena do Brasil, aqui no coração de Dourados. Este não é apenas um ato administrativo: a entrega desta unidade e a inauguração deste serviço dentro da maior aldeia urbana do país é o reconhecimento de que cada vida importa, e de que as políticas públicas devem alcançar a todos, sem barreiras de distância, idioma ou cultura”, discursou o governador em exercício.
“Este serviço foi sonhado e construído com a participação da comunidade, para atender às necessidades e respeitar a sua identidade. Aos profissionais que atuarão aqui, digo que serão muito mais do que socorristas: serão pontes entre culturas e símbolo da esperança em cada atendimento”, completou.
Serviço pioneiro tem como meta reduzir tempo de resposta para atendimento de urgência nas comunidades indígenas
A base do primeiro Samu indígena do Brasil está instalada ao lado do Hospital Indígena Porta da Esperança, na aldeia Jaguapiru. O serviço irá funcionar de forma integrada à central de regulação do Samu. A meta é reduzir o tempo de resposta no atendimento dentro da comunidades, de 20 para 7 minutos.
“Nós temos a partir de agora profissionais treinados e capacitados para atender todos os problemas de saúde necessários no atendimento pré-hospitalar. A presença de profissionais indígenas irá garantir mais acolhimento e entendimento dos agravos de saúde da população, tornando este processo mais humanizado”, destacou o representante do SAMU indígena, Otávio Miguel.
O secretário nacional da SESAI (Secretaria Especial de Saúde Indígena), Weibe Tapeba, destacou a importância de um serviço de urgência voltado às especificidades da comunidade. “Nós estamos diante de uma ação prioritária para o governo federal e pioneira nos territórios indígenas. Este serviço permitirá maior fluidez no atendimento à nossa população indígena e será um modelo a ser aplicado em todo o país”, afirmou.
Investimento nas comunidades indígenas
A implantação de um serviço de urgência e emergência dentro das comunidades indígenas é uma união de esforços entre governo do Estado, União e prefeitura de Dourados. A ambulância foi doada pelo Ministério da Saúde e o governo de MS atuará no custeio para o funcionamento do serviço. A equipe é composta por 15 profissionais – sendo metade deles indígena.
Durante a solenidade no sábado, o governo federal também fez o lançamento da construção de duas novas Unidades Básicas de Saúde, sendo uma delas na aldeia Jaguapiru e outra na Bororó. O investimento total nas duas unidades será de R$ 4,6 milhões.
Barbosinha defendeu que políticas públicas devem alcançar a todos, sem barreiras de distância, idioma ou cultura
Ana Paula Amaral, Comunicação Vice-governadoria
Fotos: Victor Arguelho/Vice-governadoria