Mato Grosso do Sul lidera as principais projeções divulgadas até aqui sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2025 entre os estados brasileiros. Tanto na lista do Banco do Brasil quanto da consultoria Tendências, o Estado é o primeiro colocado entre os 26 estados e o Distrito Federal. O agronegócio deve ser a principal alavacanda desse panorama.
Divulgado nesta segunda-feira (3) pelo Estadão, o ranking da Tendências - que tem à frente nomes como o ex-presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, e o ex-ministro da Fazenda, Mailson da Nóbrega - aponta crescimento de 4,4% para Mato Grosso do Sul, quase 1 ponto percentual à frente do segundo colocado Mato Grosso, que tem previsão de 3,7%.
Com uma safra de grãos que em 2004/25 pode alcançar o recorde de 322,25 milhões de toneladas, o Centro-Oeste deve puxar a economia nacional, após as lavouras locais serem prejudicadas pelo fenômeno climático El Niño. A média de crescimento da região deve ser de 2,8%, contra 1,8% do Sul, 1,6% do Sudeste, 2% do Nordeste e 2,7% da Região Norte.
Já no início de janeiro, o Banco do Brasil também divulgou seu relatório revisado da Resenha Regional, relaborado pelo setor de assessoramento econômico do banco e que traz as perspectivas 'do que esperar para as regiões brasileiras em 2025?'.
Mato Grosso do Sul mais uma vez aparece na liderança do ranking, com projeção de 4,2% de crescimento, contra uma média geral de 2,2% no país. O segundo colocado é o Mato Grosso, com 4,1%, enquanto o Rio Grande do Sul aparece em terceiro, com 4,0%. A média por região é de 3,2% no Centro-Oeste, 3% no Sul, 2,7% no Norte, 1,9% no Nordeste e 1,7% no Sudeste.
Agro e celulose em alta
Dividindo o PIB total por setores, a projeção de crescimento do PIB agropecuário de Mato Grosso do Sul é de 11,7%, o maior do país, seguido pelo Rio Grande do Sul, com 11,4%. A média nacional nesse setor é de 6% - ou seja, quase metade do índice sul-mato-grossense.
"Entre os estados de produção mais expressiva, contemplando as duas safras, o crescimento é esperado com mais intensidade no Mato Grosso do Sul (32,9%), Rio Grande do Sul (20,8%) e Rondônia (22,4%). Na outra direção, Mato Grosso, maior produtor nacional, deve apresentar recuo na produção (6,4%) impactado pelo recuo no rendimento médio (-6,4%), especialmente da 2ª safra", destaca trecho da resenha ao falar sobre o volume da produção.
Outro setor que ganha expressão é a industria de papel e celulose, que já tem R$ 105 bilhões em investimentos anunciados no Brasil até 2028, sendo mais de 70% deles destinados para o Mato Grosso do Sul - R$ 75 bilhões, conforme dados da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores).
A resenha do Banco do Brasil aponta tais investimentos também como fomentadores essenciais para o crescimento econômico sul-mato-grossense, em especial no volume industrial. "Com abertura de novas fábricas, ampliação das plantas já existentes e obras de infraestrutura logística para escoamento da produção e traz boas expectativas no âmbito regional".
Economia forte e em constante crescimento
Nos últimos seis anos o PIB dobrou em Mato Grosso do Sul, puxado pela revolução do agronegócio, agroindustrialização e pela chegada de grandes empreendimentos no setor de florestas e celulose. Com condições climáticas favoráveis, a agricultura deve se consolidar ainda mais como um dos principais motores econômicos da região.
Dentro desse cenário positivo, Mato Grosso Sul se destaca nas projeções de crescimento e, além do agronegócio, outros setores também devem impulsionar o desenvolvimento regional, como a indústria alimentícia e de serviços, que deve se beneficiar com a expansão do agro.
De acordo com a coordenadora de Estatística e Economia da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Bruna Dias, o ciclo de investimentos e a expansão da agroindústria têm gerado impactos significativos no mercado de trabalho, aumentando a ocupação e promovendo o crescimento da renda média da população.
"O rendimento médio mensal real da população residente passou de R$ 2.561 em 2015 para R$ 3.035 em 2023, demonstrando aumento consistente da renda. Na indústria, a remuneração real média também acompanhou essa evolução, crescendo de R$ 3.025,64 em 2015 para R$ 3.547,95 em 2023", comenta Bruna, que completa a explicação.
"Esse avanço da renda média amplia a base de consumo de produtos mais elaborados e serviços de maior valor agregado, incentivando a industrialização e a diversificação econômica. Como vetor importante de desenvolvimento econômico e social, esse processo gera impactos positivos em diversas áreas, consolidando Mato Grosso do Sul como um polo em crescimento", conclui.
Nyelder Rodrigues, Comunicação Governo de MS
Foto de capa e interna 1: Álvaro Rezende/Secom
Interna 2: Edemir Rodrigues/Arquivo/Secom
--
Relacionada:
Próspero: PIB de Mato Grosso do Sul deve crescer 6,8% e superar R$ 227 bilhões em 2025