MS participa de estudo com vacina BCG sobre prevenção da Covid-19 no Brasil

  • Geral
  • Paulo de Camargo Fernandes
  • 12/setembro/2020 1:40 pm
  • Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

Dois mil profissionais de saúde da Capital poderão participar da pesquisa

Mato Grosso do Sul participa em outubro de um estudo realizado pela Fiocruz e o Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch, da Austrália, referente a vacina BCG (usada para prevenir a tuberculose), a fim de verificar a proteção do imunizante contra a Covid-19. Dois mil profissionais da saúde de Campo Grande poderão participar da pesquisa (clique aqui para fazer o cadastro). A ação conta com apoio do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES).

O secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, ressaltou  a importância de uma parceria entre o Estado junto à comunidade científica. “Nós temos que ser parceiros de todas as instituições no sentido de possibilitar alternativas de combate à Covid-19. Precisamos buscar com a máxima velocidade possível, uma vacina que seja eficaz contra o coronavírus”.

Segundo Resende, “a Vacina BCG tem um estudo para verificar a capacidade imunogênica dela, uma vez que tem como característica aumentar o nível de anticorpos contra bactérias e vírus. E vale lembrar, que temos várias vacinas contra a Covid adiantada e espero que possamos ter em um curtíssimo espaço de tempo, no máximo em janeiro de 2021, estudos derradeiros que possam iniciar a imunização”.

Durante a live do Boletim Coronavírus deste sábado (12), o pesquisador da Fiocruz, Julio Croda, responsável pela coordenação do estudo no Mato Grosso do Sul, falou sobre a pesquisa com a BCG financiada pela Fundação Gates. Segundo ele, o Instituto de Pesquisa Infantil Murdoch inicia os testes em outubro, em 10 mil profissionais da área de saúde da Austrália, Espanha e Reino Unido, sendo que três mil serão testados também no Brasil. Dois mil em Campo Grande e mil no Rio de Janeiro. “Essas pessoas serão acompanhadas semanalmente por um ano e serão feitas análises internas de proteção, de 3, 6, 9 e 12 meses, por meio de verificação sorológica para saber se há ou não a presença do vírus no organismo”.

Croda explica que os profissionais de saúde poderão fazer um pré-cadastro no já link disponibilizado e que até o início de outubro a pesquisa deve começar na Capital. Há uma restrição, o profissional de saúde não pode ter tido Covid e que metade receberão a vacina e metade placebo. “É importante salientar que esse estudo da BCG não tem dados quanto a imunização contra a Covid. Por isso, esse estudo precisa ser concluído e avaliado pelas agências regulatórias”, pontua.

Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS), a vacina BCG é obrigatória no Brasil para recém-nascidos desde 1976. Porém, pode ser tomada até os quatro anos de idade. O imunizante protege crianças de até cinco anos de idade das formas mais graves da tuberculose.

Vacinas do Covid-19

Conforme o pesquisador Julio Croda, diversas pesquisas pelo mundo buscam por uma vacina para a Covid-19, no momento, nove estão na fase 3, fase final de testes. “Há oito específica para a Covid e a BCG que também é um estudo para a Covid. Nesta fase, a vacina tem de garantir a segurança de pelo menos 50%. Após isso, a Agência Americana pode liberar a autorização para produção em larga escala. Porém, é nesta fase que 80% delas falham”.

O Brasil possui três acordos de transferência para produção de uma vacina no futuro: a de Oxford e AstraZeneca; a CoronaVac, produzida em uma parceria entre o Instituto Butantan e a chinesa Sinovac; e a russa Sputnik V. “A de Oxford devido ao ocorrido de advento severo, os pesquisadores já tomaram todo o cuidado de garantir a segurança e eficácia e logo será retomado”, explica o pesquisador.

Ao final, a secretária-adjunta da SES, Christine Maymone, que apresentou o os dados do Boletim Epidemiológico do Covid, questionou o pesquisador quanto as necessidades de segurança enquanto não sai a vacina. “É importante manter as medidas de distanciamento, infelizmente, vimos cenas lamentáveis no dia 7, mas precisamos e evitar aglomerações”, finaliza o pesquisador.

Rodson Lima, SES

Foto: Divulgação

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