A SES (Secretaria de Estado de Saúde), por meio da ESP (Escola de Saúde Pública) Dr. Jorge David Nasser, realizou entre os dias 4 e 7 de dezembro o curso de formação e seleção de trabalhadores da saúde para o Censo da Força de Trabalho. Com 43 profissionais participando deste processo, este Censo integra a realização do Curso de Informação e Gestão do Trabalho na Saúde.
A formação é realizada pelo Ministério da Saúde, em parceria com a Fiocruz Brasília (Fundação Oswaldo Cruz) e a UFSM (Universidade Federal de Santa Maria), que deu início ao Censo da Força de Trabalho na Saúde, uma ação que visa mapear e qualificar os dados de todos os trabalhadores do setor de saúde no Brasil.
A iniciativa começará pelo Mato Grosso do Sul como projeto piloto, recenseando tanto profissionais da saúde quanto os estabelecimentos em que atuam. Em paralelo ao censo, haverá a formação de profissionais que realizam o cadastro, visando criar uma sustentabilidade contínua na qualificação do CNES (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde).
De acordo com o chefe do Setor de Apoio Administrativo da Coordenadoria de Gestão do Trabalho da SES, Victor Hugo Gutierre, nesta etapa inicial, que é classificatória e eliminatória, está sendo aplicado o módulo introdutório da formação para os candidatos selecionados no processo seletivo simplificado promovido pela Fiocruz. “O início da formação marca uma etapa importante na valorização da área de gestão do trabalho na saúde. Ter a oportunidade de implementar este projeto piloto reforça o comprometimento do estado com as premissas de fortalecimento da força de trabalho na saúde.
Coordenador Estadual do projeto, Victor Gutierre explica que além de mapear a força de trabalho existente, a formação qualificará os dados do CNES e permitirá identificar lacunas na formação de profissionais de saúde em nosso estado. “Este esforço conjunto promete não apenas mapear, mas também transformar a realidade da saúde em Mato Grosso do Sul, garantindo um futuro mais saudável e justo para todos”, destaca o coordenador.
O objetivo desta etapa é formar uma equipe de recenseadores que atuarão nas macrorregiões de saúde do Estado: Campo Grande, Corumbá, Dourados e Três Lagoas. Os conteúdos abordados neste módulo abrangem desde o Sistema Único de Saúde até a produção do cuidado, trabalho em saúde e informações sobre a força de trabalho na saúde.
Conforme a coordenadora Nacional do Censo da Força de Trabalho na Saúde, Lisiane Boer Possa, o censo tem como objetivo atualizar o banco de dados do CNES, abrangendo 100% dos estabelecimentos de saúde no país. A proposta parte da necessidade de aprimorar a gestão e distribuição dos recursos humanos no SUS (Sistema Único de Saúde), baseado em informações atualizadas e confiáveis.
“Nós vamos fazer o censo da força de trabalho em saúde, mas, ao mesmo tempo, vamos mobilizar os atores que hoje já fazem o registro dessa informação no CNES para que a partir daqui ela seja uma informação cada vez mais fidedigna, completa, correta para estar a nossa disposição”, garante Lisiane.
Para a Orientadora de Aprendizagem da formação e Sanitarista na ESP, Márcia Naomi Santos Higashijima, discutir a formação na área da saúde é essencial e esse projeto é inovador, pois permitirá o desenvolvimento de planos que antes não eram possíveis por falta de dados concretos.
“Ter acesso a essas informações reais nos aproxima de resultados mais precisos e de uma formação mais alinhada com a realidade das necessidades de saúde. Esse é um projeto inovador, em que fomos premiados ao sermos escolhidos para estarmos nesse piloto. A intenção é que pela primeira vez na história tenhamos um dado o mais real possível de profissionais, trabalhadoras e trabalhadores que estão na saúde, seja no público ou no privado, para avançarmos entre a força e o dimensionamento da força de trabalho na área da saúde”, afirma.
Dados confiáveis são fundamentais para planejar a alocação de profissionais em áreas críticas da saúde. O fortalecimento do CNES e a implementação de uma gestão estratégica da força de trabalho são essenciais para garantir a sustentabilidade do SUS e para atender de forma eficaz às demandas da população. Com uma gestão mais organizada e baseada em dados precisos, o SUS pode enfrentar desafios e assegurar o acesso da população a serviços de qualidade.
Além do levantamento de dados, o censo também visa promover a governança e a articulação entre as áreas responsáveis pelo CNES e pela gestão de trabalho nas secretarias de saúde. Os articuladores regionais e tutores terão papel fundamental nesse processo, sendo responsáveis por liderar e apoiar as equipes de recenseadores em campo. Eles atuarão diretamente na coordenação entre os gestores das secretarias municipais e estaduais, garantindo que os dados sejam coletados, validados e utilizados de forma estratégica.
Com o Censo da Força de Trabalho na Saúde, o estado dará um passo importante na direção de um SUS mais forte e bem estruturado. A atualização constante dos dados do CNES, aliada à capacitação de profissionais envolvidos no processo, permitirá uma distribuição mais eficiente dos recursos humanos e a criação de políticas que respondam às necessidades reais da população.
Helton Davis, Comunicação SES