Houve pequeno aumento em relação ao ano passado, mas período crítico inicia agora em julho e segue até setembro quando os focos de incêndios costumam ter incidência maior.
Campo Grande (MS) - Mato Grosso do Sul registrou 998 focos de calor no primeiro semestre deste ano. Os números representam aumento de 19% em relação ao ano passado e são decorrentes do incêndio de grandes proporções ocorrido em janeiro, vindo da Bolívia, que se espalhou por Corumbá e levou vários dias para ser controlado. Em 2016, foram 835 focos no primeiro semestre.
Neste mês de julho inicia o período considerado crítico pelo Corpo de Bombeiros e segue até setembro, quando a estiagem eleva ainda mais os focos de calor. A medição é feita pelo Instituto de Pesquisa Espacial (Inpe) e serve para nortear o trabalho de prevenção e controle.
Via satélite, são monitorados e considerados focos de calor todos os pontos onde a temperatura ultrapassa 47º C. Com a chegada do Inverno – que teve início em 21 de junho – a estiagem e as massas de ar seco costumam elevar esses pontos de calor, aumentando o risco de incêndios.
No primeiro semestre deste ano, o número de focos de calor foi próximo das ocorrências de incêndio atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar. Foram registrados 852 incêndios em vegetações sul-mato-grossenses de janeiro a 30 de junho. No ano anterior, o número de ocorrências chegou a 1.074 no mesmo período.
Em relação aos demais estados, MS é o quinto com maior número de focos de calor. Já o município de Corumbá aparece sempre à frente dos demais municípios brasileiros. Entre as causas, estão suas características naturais e a fronteira. Neste ano, o principal incêndio ocorrido na cidade veio do país vizinho.
Período crítico
Chefe do Centro de Proteção Ambiental do Corpo de Bombeiros Militar de MS (CBMMS), o tenente-coronel Waldemir Moreira Júnior alerta que o período crítico para incêndios florestais começa em julho e se estende até setembro.
“Acabou de iniciar o período da seca. No primeiro semestre choveu bastante, a vegetação cresceu, acumulou combustível. Em 30 dias sem chuva, aquela vegetação que acumulou começa a secar, em julho começa a queimar e até setembro são os meses considerados críticos”, explica.
No ano passado, no período da estiagem os focos de calor aumentaram exponencialmente. Em junho, eram apenas 120. No mês seguinte, com o início do inverno, passaram a 687; a 1.473 em agosto; e chegaram a 1.614 em setembro.
Danúbia Burema - Subsecretaria de Comunicação (Subcom)
Fotos: Batalhão do Corpo dos Bombeiros de Corumbá