Campo Grande (MS) – “A mulher tem que ser respeitada porque é um sujeito de direito. Porque é uma cidadã”. A afirmação da subsecretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Luciana Azambuja, durante roda de conversa na Comunidade Negra São João Batista, em Campo Grande, na noite de terça-feira (6), marca as ações da pasta na Campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra Mulheres”.
Além da Capital, as ações também foram levadas para mulheres e meninas das comunidades de Furnas da Boa Sorte, em Corguinho, e Furnas do Dionísio, em Jaraguari. No total, cerca de 180 pessoas foram abrangidas pelas ações de prevenção à violência feminina, como roda de conversa e distribuição de panfletos.
A Campanha nasceu em 1991, quando o Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL) lançou o movimento de denúncia e debate sobre a violência contra mulheres, e hoje se estende por 160 países. A origem do movimento e seus objetivos são expostos para as mulheres e meninas com objetivo de conscientizar para as situações que se constituem abuso e para a importância da denúncia. “Mato Grosso do Sul é o segundo estado em índice de estupros”, lamentou Luciana Azambuja.
Para um público de maioria feminino na Comunidade São João Batista, mas com a presença de homens também, a subsecretária falou sobre o senso de pertencimento que pela condição de gênero, de ser mulher, como pela raça negra. “Precisamos ter esse entendimento e falar para os homens que eles não podem agredir as mulheres”, enfatizou.
Luciana destacou que pela Lei Estadual nº 4.784/2015, de autoria do deputado Professor Rinaldo (PSDB), o dia 25 de novembro é o “Dia Estadual de Mobilização pelo Fim da Violência contra a Mulher”, em alusão ao Dia Internacional de Não Violência Contra a mulher, instituído pela ONU na mesma data. A subsecretária assumiu o compromisso de desenvolver na comunidade em 2017 um projeto continuado de prevenção à violência. “Precisamos fortalecer o protagonismo feminino e o empoderamento de mulheres e meninas”, justificou.
A diretora do Departamento de Políticas Públicas para as Mulheres do Rio Grande do Sul, Salma Farias Valencio, que esteve no Estado para organizar o seminário de políticas públicas para as mulheres do Conselho de Desenvolvimento e Integração do Sul (Codesul), também participou da visita à comunidade. “Foi um presente”, disse, reforçando que as questões de violência precisam ser abordadas sempre e que as mulheres precisam se proteger. “Toda mulher, toda menina, é minha irmã, minha mãe ou minha filha”, destacou.
Antes da roda de conversa, o projeto social Curumin Pé de Ouro fez uma apresentação de música e dança afro, sob orientação do educador e mestre de música Paulo Martins. O projeto atende crianças carentes e é uma das atividades da Comunidade Negra São João Batista, nascida da união de 15 famílias que criaram a fundação que dá origem ao nome. “Atendemos mulheres negras e não negras e homens também”, enfatiza a coordenadora Rosana Anunciação, reforçando que a comunidade quilombola tem titulação reconhecida pela Fundação Palmares.
Além do projeto Curumin, a Fundação Associação Familiar da Comunidade Negra São João Batista mantém serviço de convivência e fortalecimento de vínculos familiares e fortalecimento escolar para 100 crianças no contra turno ou o período complementar ao escolar. Tem ainda oficina de violão, projeto de banda mirim e atendimento a 120 famílias carentes com roupas e alimentos.
A Campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra Mulheres” tem programação que inclui debates, encontros, panfletagens em terminais de ônibus, eventos, palestras nas escolas, capacitação às servidoras estaduais e seminários até o próximo sábado (10).
Sobre a Campanha
A Campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres” é uma mobilização anual, praticada por diversos atores da sociedade civil e poder público engajados nesse enfrentamento. Desde sua primeira edição, em 1991, já conquistou a adesão de cerca de 160 países. Mundialmente, a campanha inicia em 25 de novembro, Dia Internacional da Não Violência contra a Mulher, e vai até 10 de dezembro, o Dia Internacional dos Direitos Humanos, passando por 6 de dezembro, que é o Dia Nacional de Mobilização dos Homens pelo Fim da Violência contra as Mulheres.
Em Mato Grosso do Sul, as ações de conscientização também incluem a distribuição de mais de 15 mil folders, posts nas mídias sociais oficiais do Governo de MS, entrevistas em rádios e veiculação de VT televisivo na TV Educativa.
Rosane Amadori - Assessoria de Imprensa Segov.
Fotos: Edemir Rodrigues.