Pequenos produtores comemoram entrega de 43 resfriadores de leite

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  • 25/novembro/2015 10:31 am
  • Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

Campo Grande (MS) – Em clima de otimismo, produtores rurais comemoram a entrega de 43 resfriadores de leite feita pelo Governo do Estado. Os equipamentos foram adquiridos via convênios firmados entre a Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural) e o Mapa (Ministério do Abastecimento, Pecuária e Abastecimento).

Para o produtor Adailto Francisco Ferreira do Projeto de Assentamento (PA) Mutum, município de Nova Alvorada do Sul, o momento de repasse representa mais um importante passo de incentivo a pecuária leiteira nas comunidades agrícolas. “Temos 176 famílias em nosso assentamento e cerca de 90% tem o leite como principal fonte de renda. Geralmente, vendemos para os laticínios da região e a chegada desses resfriadores irá facilitar o nosso trabalho. Com o resfriador teremos um equipamento que faz a conserva do produto e assim ganhamos mais tempo na hora da comercialização”, explica.

Comodidade e segurança

No assentamento Indaiá IV, de Aquidauana, o aparelho representa também um alívio para muitas das mulheres que acordam cedo, nos sítios, para as atividades de ordenha do rebanho. “Quando eu falei sobre a chegada de um resfriador na associação, muitas colegas festejaram, dizendo que não aguentavam mais fazer tanto queijo com o excedente de leite. Em temperatura normal, o leite tem que ser vendido rápido, do contrário você tem que aproveitá-lo logo ou estraga. Sem dizer que fazer queijo demais cansam os braços, fora que que as mulheres terão mais tempo para se dedicarem a outras lidas no campo”, justifica a produtora Rosineire Ribeiro.

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Luiz Mário e Rosineire

O produtor Luiz Mário Cunha, esposo de Rosineire, ainda vai mais longe quanto aos benefícios do resfriador. “Com um resfriador você consegue conservar melhor o leite e ainda evita acidentes na estrada. Não é muito raro a gente ficar sabendo de casos de trabalhadores que saíram de assentamentos, às pressas, afim de não perder tudo o que foi ordenhado. Nesse meio tempo o carro ou a moto pode quebrar na estrada, e se a pessoa estiver correndo isso fica mais perigoso”, ressalta o produtor.

Assistência técnica e economia de produção

As cooperativas e associações de pequenos produtores além de ser beneficiadas com o recebimento dos equipamentos contam também, nos municípios, com assistência técnica da Agraer, que atua junto às famílias. “Não é a primeira entrega que a Agência realiza. Dentro do programa Leite Forte já foram feitas outras entregas e temos a responsabilidade de orientar as famílias tanto sobre o correto manuseio das máquinas, como repassando informações sobre produção, organização e comercialização do leite”, informa o zootecnista da Agraer de Nova Alvorado do Sul, Álvaro Wosniak.

Sinônimo de maior vida útil do leite coletado, os equipamentos trazem outras vantagens ao produtor rural, uma vez que reduz os custos com o frete, possibilita melhor sabor ao produto e diminui os riscos de perdas, leite descartado por nível de acidez. “Um equipamento como esse permite a conservação de uma grande quantidade de leite por até 72 horas. Pode não parecer muito, mas esse tempo representa um ganho no prazo de entrega, os produtores podem se organizar na ordenha, no agendamento de entrega e com os custos de transporte”, explica o engenheiro agrônomo e diretor-executivo da Agraer, José Alexandre Trannin.

Prazo maior de conservação que representa não apenas o afrouxamento de tempo nas vendas, como um maior poder de negociação dos produtores frente aos laticínios. "Se você comercializa o leite por R$ 0,80 o litro em temperatura natural, é possível negociar o mesmo produto, resfriado, por R$ 0,20 a 0,30 centavos a mais. No caso de uma pequena associação com produção de mil litros/dia isso equivale a um lucro de R$ 400,00”, conta o produtor Sidney Nogueira, do assentamento São João Batista, de de Sidrolândia.

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Sidney

Incentivos à produção em escala

Mais do que a lucratividade, em municípios conhecidos pela produção em larga escala como é o caso de Itaquiraí, a entrega dos resfriadores simboliza mais um importante passo para a profissionalização de pequenos produtores. “Temos quatro projetos dentro do município: Itaquileite com a prefeitura, o Gereleite com a Petrobras, o programa Leite Forte, do governo do Estado, e a Chamada Pública, via Agraer e Incra. Então, fazer parte da lista de beneficiados só vem fortalecer o trabalho desenvolvido na região”, afirma o produtor Francisco Luiz de Carvalho, do assentamento Dorcelina Folador.

Hoje, Itaquiraí é conhecida como a capital do leite em Mato Grosso do Sul, por sua produção de quase 100 mil litros/dia. “Com os investimentos feitos na cidade conseguimos ultrapassar a produtividade de importantes municípios como Paranaíba, por exemplo. Nossa meta é chegarmos a níveis maiores e, sem dúvida, esse auxílio do governador Reinaldo Azambuja chegou em um bom momento para isso”, diz o prefeito de Itaquiraí, Ricardo Fávaro.

E do que depender do Executivo Estadual outras ações de fomento a agricultura familiar devem chegar ao campo a um curto espaço de tempo. Como os 43 resfriadores utilizaram apenas R$ 439 mil, dos R$ 800 mil aprovados nos convênios, ainda restam outros R$ 432 mil a serem aplicados.

Com isso, a perspectiva é de que outros 40 equipamentos sejam entregues em janeiro de 2016. A população da zona rural ainda pode esperar, para o próximo ano, pelo repasse de R$ 20 milhões viabilizados à Agraer através de emendas parlamentares. Dinheiro que será utilizado na aquisição de equipamentos e execução de atividades.

O repasse dos 43 resfriadores de leite foi feito, na última terça-feira (24), no pátio da Cepaer (Centro de Pesquisa e Capacitação da Agraer) pelo governador Reinaldo Azambuja, através da cerimônia de assinatura dos termos de permissão e cessão de uso.

Aline Lira, da Assessoria de Comunicação da Agraer.

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