Pós-graduação em Recursos Naturais desenvolve anestésicos para peixes

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  • 08/julho/2019 4:31 pm
  • Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

Estudo utiliza plantas como agentes anestésicos para peixes

Campo Grande (MS) - A dissertação de mestrado da acadêmica, Arlene Ventura Sobrinho, do Programa de Pós-graduação em Recursos Naturais, oferecido pela Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Unidade de Dourados, investigou o uso de produtos derivados de plantas para anestesiar peixes. A pesquisa foi desenvolvida em parceria com a Embrapa Agropecuária Oeste e a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A acadêmica teve orientação da professora Claudia Andrea Lima Cardoso e coorientação da professora Tarcila Souza de Castro Silva. O estudo também faz parte do projeto Fundect (TO 126/2016): "Avaliação do potencial dos óleos de cidreira e alecrim pimenta como anestésicos para o pacu”.

A pesquisa buscou encontrar uma solução menos invasiva para anestesiar peixes, já que atualmente os produtos sintéticos mais utilizados na piscicultura com o propósito de anestesia de peixes tem alto valor de mercado e aumentam o custo de produção da atividade. Além de deixar resíduos na carne, necessitando um longo período de carência.

A anestesia pode ser utilizada em procedimentos de rotina em fazendas de produção de peixes, como biometria, identificação de reprodutores, vacinação, transporte; situações causadoras de estresse que podem ocasionar imunossupressão, injúrias físicas e até mesmo mortalidade. Com o objetivo de otimizar o manejo e minimizar os fatores de estresse, o uso de anestésicos naturais tem se tornado uma prática comum durante a manipulação de animais no manejo produtivo.

Os produtos derivados de plantas como os óleos essenciais de Lippia alba e Lippia sidoides foram efetivos agentes anestésicos em pacu Piaractus mesopotamicus. O pacu é uma espécie nativa das bacias dos rios Paraná, Paraguai e Uruguai e junto a seu híbrido patinga é a segunda espécie de peixe mais produzida no estado de Mato Grosso do Sul com 957.990 toneladas no ano de 2017.

(Fotos:Arquivo Pessoal)

Além de seu efeito anestésico foi observado que os óleos essenciais de L. alba e L. sidoides são rapidamente metabolizados e excretados pelos peixes, e que após 48 horas não é possível encontrar nenhum resíduo do agente anestésico no sangue, o que torna a aplicabilidade destes óleos essenciais extremamente interessante, pois nenhum alimento comercializado deve ter resíduos de compostos químicos utilizados durante o processo de produção.

Estudos como este apoiam o aperfeiçoamento da atividade aquícola no estado de Mato Grosso do Sul, promovendo alternativas naturais a serem utilizadas em práticas de manejo, com intuito de aumentar a produtividade e lucratividade da produção.

(Fotos:Arquivo Pessoal)

Liziane Zerpelon - Assessoria de Comunicação Social UEMS

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