Projeto Florestinha completa 25 anos formando cidadãos responsáveis e comemora com grande ação social

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  • 22/novembro/2017 10:13 am
  • Agência de Noticias do Governo de Mato Grosso do Sul

Campo Grande (MS) - Nesta quinta-feira (23.11) o projeto Florestinha completa 25 anos e a festa será com atendimentos sociais e de Educação Ambiental - atividades que são a base do Projeto - à população do entorno das duas unidades localizadas na Capital.

No sábado (25.11) pela manhã, no Parque Estadual Matas do Segredo, à rua Josefina Mingarelli, s/nº, no Jardim Presidente, as crianças e adolescentes e policiais do Florestinha de Campo Grande, em parceria com o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul), Ordem do Advogados do Brasil (OAB/MS), Associação Brasileira de Odontologia (ABO), Agência Estadual de Habitação Popular de Mato Grosso do Sul (Agehab), Faculdade Unigran-Capital (todos os cursos), Conselho de Psicologia, Mães Florestinhas, Embeleze, entre outras entidades, realizam vários atendimentos sociais à população.

O Florestinha comemora bodas de prata com atendimento de mais de 120 mil crianças e adolescentes de 7 a 16 anos.

Entre as ações, a OAB/MS realizará orientação jurídica; a ABO terá atividades de informação e prática sobre saúde bucal; a empresa Embeleze realizará cortes de cabelo; o Imasul levará os participantes para trilhas no Parque; as Mães Florestinhas realizarão o cabide solidário e a Agehab orientações sobre inscrições para a casa própria.

A Faculdade Unigran-Capital levará todos os cursos para atividades com a população. Como exemplo, os alunos de Educação Física realizarão atividades físicas e de danças; de Gestão Ambiental farão exposição de animais taxidermizados (empalhados) e ainda, alunos de Estética, Fisioterapia, Biomedicina, Ciências Contábeis, Psicologia, Administração, Radiologia e Arquitetura estarão cada um desenvolvendo um tipo de atividade em atendimento à população.

Dentro ainda das comemorações, nesta quinta-feira (23.11) pela manhã, as crianças participam de atividades de Educação Ambiental no Centro de Educação Ambiental Imbirussu. À tarde, às 16h, participam da Campanha da Polícia Militar, Polícia Rodoviário Federal e outras entidades contra o câncer, no shopping Bosque dos Ipês.

História do Projeto

Com o objetivo inicial de minimizar problemas de invasões por crianças e adolescentes para caçar animais com estilingues em uma reserva florestal, no Jardim Presidente, foi criado no dia 23 de novembro de 1992, o projeto Florestinha. Da ideia inicial de minimizar os problemas ambientais surgiu a possibilidade de socializar as atividades, retirando e não permitindo que crianças e adolescentes carentes dos bairros circunvizinhos à Unidade de Conservação fossem às ruas, enquanto seus pais precisavam trabalhar para retirar o sustento.

Com o passar do tempo, a visão de cidadania, disciplina e Educação Ambiental dominaram o Projeto. Por lá, passaram crianças e adolescentes que hoje servem à sociedade como jornalistas, engenheiros, advogados, empresários, administradores e diversas outras profissões.

Atualmente, as crianças e adolescentes do Projeto realizam a Educação Ambiental da Polícia Militar Ambiental (PMA), orientados pelos policiais militares ambientais. Os militares que realizavam esse trabalho até março do ano de 2015, passaram a cuidar do novo Projeto inaugurado no mês de abril daquele ano, no bairro Jardim Presidente, onde as atividades começaram em 1992.

Em Juti, em uma semana, quase 1,5 mil crianças e adolescentes receberam Educação Ambiental em três escolas do município.

Atualmente o projeto Florestinha da Capital, em parceria com a Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS) atende a 120 crianças e adolescentes carentes. Uma unidade está localizada no Parque Cônsul Assaf Trad e funciona como um Centro de Educação Ambiental, em parceria com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (Semadur), atendendo com trabalhos de Educação Ambiental em escolas, inclusive, no interior, e recebendo alunos no local de funcionamento do Projeto.

Os trabalhos de Educação Ambiental são realizados em forma de “Oficinas”, sendo as seguintes:

  1. Reciclagem de papel - com palestra sobre os problemas relacionados aos resíduos sólidos.
  2. Visitação ao museu de animais e peixes taxidermizados (empalhados) - com palestra sobre fauna, pesca, atropelamentos de animais silvestres.
  3. Casa da Energia - trata-se de uma maquete de uma residência com todos os locais de consumo de energia (lâmpadas, chuveiros, ar condicionado, geladeira, micro-ondas etc.). Com esta oficina é realizada a discussão e informação sobre os tipos de energia e a importância ambiental de se economizar este recurso.
  4. Apresentação do teatro de fantoches - com peças sobre as questões ambientais, como: desmatamentos, incêndios florestais e resíduos sólidos.
  5. Ciclo da água - com palestras sobre o uso sustentável, poluição e escassez dos recursos hídricos
  6. Plantio de mudas - com palestra sobre desmatamento, erosões e importância da flora.

Ao final dos trabalhos são entregues aos professores, folhetos com os temas discutidos nas oficinas, para que eles deem continuidade às informações, por meio da Educação Ambiental formal. A ideia é que os alunos entendam que o ambiente é um sistema complexo e interativo, em que qualquer ente afetado, prejudica outros em cadeira, gerando desequilíbrios que vão interferir diretamente na qualidade de vida do ser humano.

Com esse formato, além de as crianças não estarem na rua, ainda realizam trabalho preventivo fundamental para a minimização dos problemas ambientais que é a Educação Ambiental. Até o momento, o Projeto atendeu em Mato Grosso do Sul mais de 120 mil alunos em atividades de Educação ambiental, conforme tabela

Atendimentos de Educação Ambiental Florestinha entre o ano de 2009 a 2017.

*2009

3.750

**2010

11.436

**2011

14.525

**2012

6.844

2013

11.917

2014

7.870

***2015

11.862

2016

21.705

2017

30.149

TOTAL

120.058

* só era desenvolvido o teatro de fantoches e reciclagem.
** introdução do plantio e reciclagem.
*** cinco oficinas – Dois Projetos em funcionamento em Campo Grande.

Objetivos e trabalhos desenvolvidos

Apesar de ter surgido como ideia de proteção ambiental, a função inicial e principal do projeto Florestinha da Polícia Militar Ambiental (PMA) de Mato Grosso do Sul era social. Um policial militar ambiental responsável pela fiscalização de uma reserva florestal de 180 hectares na periferia denominada Matas do Segredo, no bairro Jardim Presidente, em Campo Grande, vivenciava muitos problemas com crianças e adolescentes, quase todos carentes, em que os pais precisavam trabalhar e eles iam às ruas e adentravam à reserva.

Dentro da reserva caçavam animais com estilingues, às vezes, provocavam incêndios, lançavam lixo, trazendo grandes transtornos para o ambiente e para a fiscalização. Então, o policial procurou o Comando e propôs criar um projeto no sentido de trazer as crianças e adolescentes para cuidar da reserva. Ao ser aceito o projeto, pensou-se primeiramente na proteção social, chamando em parceria o órgão de assistência social do Estado à época (Promossul). Junto com a comunidade foram construídas instalações e o projeto iniciou-se em 23 de novembro de 1992, na reserva, denominada Matas do Segredo, trabalhando com 50 crianças e adolescentes carentes de 7 a 16 anos, tirando-lhes das ruas, ou não permitindo que eles caíssem nelas, dando-lhes a chance de ter uma profissão e ensinando-lhes a serem cidadãos com sensibilidade ambiental.

Apesar de ter surgido como ideia de proteção ambiental, a função inicial e principal do Florestinha da PMA era social.

As crianças que, inicialmente, causavam problemas ambientais à reserva e à fiscalização, podendo, inclusive, entrar na criminalidade ao serem aliciadas por traficantes, colocam farda militar e passam a ajudar a cuidar do ambiente. No início, o Projeto recebeu a denominação de Guarda Florestal Mirim, que em convênio com a Promossul foi possível melhorar o atendimento das crianças. Além das aulas de Educação Ambiental, reforço escolar e treinamentos que eram ministrados por policiais, passaram a receber acompanhamento psicológico, odontológico, reforço alimentar, vale transporte e orientação profissional, que era feita por profissionais do órgão social, sempre em conjunto com os policiais ambientais.

Em 1998, a partir de parcerias com prefeituras e outros órgãos, a PMA pode implantá-lo em mais quatro municípios: Corumbá, Três Lagoas, Bataguassu e Bonito. Neste último, foi fundada pela Prefeitura, a praça do Florestinha, localizada na avenida principal da cidade, em homenagem ao Projeto, onde há uma estátua de bronze de uma criança fardada.

Desde o ano de 2001, as crianças e adolescentes do Projeto da Capital desenvolvem nas escolas públicas e privadas atividades de Educação Ambiental, por meio do teatro de fantoches, com peças sobre vários temas ambientais, além de se apresentarem nos mais diversos locais do Estado de Mato Grosso do Sul. Iniciam, portanto, a fazer Educação Ambiental.

Corumbá foi um dos primeiros municípios do interior a fazer parte do projeto Florestinha.

Em 2006, em parcerias com as prefeituras de Jardim e Guia Lopes da Laguna foi possível implantar o projeto nestes municípios e atender mais 100 crianças. Em 2008 foi implantado com 200 crianças em Três Lagoas. Em 2009 foi a vez de Aquidauana e Anastácio, com mais 120 crianças. A ideia é atender, pelo menos, mil crianças em todo o Estado, além de tirá-las das ruas e dar formação social e ambiental também poder encaminhá-las profissionalmente. 

Ainda em 2009 foram municipalizadas as ações sociais, passando a ser parceira no projeto na Capital a Secretaria Municipal de Ação Social (SAS). Esta secretaria desenvolve as atribuições a ela pertinentes, ou seja, contribuindo com funcionários da área de Educação e de Assistência Social, os quais proporcionam às crianças acompanhamento escolar e demais atividades educacionais, além de reforço alimentar. A PMA contribui efetivamente com o aprimoramento do caráter, da disciplina e do senso de responsabilidade das crianças, ministrando-lhes instruções de Moral e Cívica e, especialmente, de Educação Ambiental. Em razão de problemas estruturais na reserva onde se iniciou o Projeto, as atividades mudam também no ano de 2009 para o Parque Municipal Cônsul Assaf Trad, a três quilômetros de onde funcionava, continuando os atendimentos ao mesmo público.

Estátua na praça do Florestinha, em Bonito.

Em 2010 foi implantado o projeto em Coxim. Em abril de 2015, a PMA, a SAS e o Imasul iniciaram atendimentos para mais 60 alunos, em prédio novo, construído para o projeto Florestinha. O prédio está localizado no Parque Estadual Matas do Segredo e possui espaço amplo e quadra de esportes. No mesmo ano, inicia-se um novo projeto no município de Costa Rica, com 50 crianças, em parceria com a Prefeitura. Em 2017 as atividades inciam-se em Dourados, com 60 crianças. Atualmente são 560 crianças em oito municípios.

O projeto Florestinha é reconhecido pela Unicef e foi homenageado pela Câmara Municipal de Campo Grande, com o prêmio “Ecologia e Ambientalismo”. Várias crianças que por ele passaram tornaram-se jornalistas, geógrafos, advogados, engenheiros e vários outros profissionais que reconhecidamente admitem a influência do projeto no encaminhamento de suas vidas.

O Florestinha visa, entre outros pontos, enfrentar o problema da marginalidade e da criminalidade crescente entre os jovens de bairros periféricos, uma vez que eles são expostos a essas mazelas da sociedade. A proposta é de não deixar que os atendidos pelo projeto venham a fazer parte dessas estatísticas. A educação, desenvolvimento artístico e cultural e recreação oferecida aos assistidos constituem as bases do projeto que, além de sociabilidade entre eles, cria também o significado de hierarquia militar e respeito ao próximo.

O Projeto visa, entre outros pontos, enfrentar o problema da marginalidade e da criminalidade crescente entre jovens de bairros periféricos.

As crianças utilizam o mesmo fardamento dos policiais militares ambientais, inclusive, em alguns dos projetos são instituídas as promoções como na carreira militar (de Soldado a Coronel), tendo como critérios principais para alcançá-las, as notas escolares, comportamento e antiguidade no Projeto. As promoções são importantes para a autodisciplina. Ou seja, um Oficial não fará nenhuma coisa errada próximo de um patrulheiro de posto inferior.

Em 2010, outras oficinas de educação ambiental são implantadas nas atividades, no mesmo formato, em que o Núcleo de Educação Ambiental realizava. Também passam a atuar nos municípios do interior. Inicia-se o plantio de mudas, com palestra sobre desmatamento, erosões e importância da flora, etc.; a reciclagem de papel, com palestra sobre os problemas relacionados aos resíduos sólidos e a instalação do museu de animais e peixes taxidermizados e materiais apreendidos em crimes ambientais (empalhados), com palestra sobre fauna, pesca, atropelamentos de animais silvestres.

Milhares de mudas de várias espécies já foram plantadas em vários locais, da Capital e interior, pelos participantes do Projeto.

Em 2012, em parceria com a Semadur, o Projeto localizado no Parque Cônsul Assaf Trad na Capital que já realizava Educação Ambiental é instituído como um Centro de Educação Ambiental, denominado CEA/Florestinha.

O Projeto Florestinha de Campo Grande assume as funções de Educação Ambiental da PMA

Em 2015, as crianças e adolescentes do Florestinha assumem as funções do Núcleo de Educação Ambiental (Neam). Foram treinadas quatro equipes de cada um dos projetos de Campo Grande para atuarem com todas as oficinas temáticas, as quais os policiais do núcleo executavam em todo o Estado. Isso ocorreu, como forma de racionalização de recursos públicos, visto que faltava efetivo para cuidar do novo Projeto instalado no Parque Nascentes do Segredo, então, os policiais que realizavam Educação Ambiental passam a cuidar das crianças e adolescentes, os treinam em todos os temas e eles passam, efetivamente, a fazer o papel que era desenvolvido pelos técnicos da PMA.

Implantam-se então, mais os seguintes temas: ciclo da água, com palestras sobre o uso sustentável, poluição e escassez dos recursos hídricos e a casa da energia, que se trata de uma maquete de uma residência com todos os locais de consumo de energia (lâmpadas, chuveiros, ar condicionado, geladeira, micro-ondas etc.). Com esta oficina é realizada a discussão e informação sobre os tipos de energia e a importância ambiental de se economizar este recurso.

Pelo Florestinha passaram crianças e adolescentes que hoje atuam como jornalistas, engenheiros, advogados, empresários, entre outras profissões.

Em suma, as crianças e adolescentes do Projeto assumem todos os temas que eram executados pelo Núcleo, na Capital e interior. O que se tem percebido, mesmo quando não eram realizadas todas as oficinas, é que a Educação Ambiental realizada pelo Projeto atinge melhor os objetivos, tendo em vista, abertura e segurança que os alunos das escolas sentem com relação à discussão dos temas com os Florestinhas. Com os policiais militares ambientais, algumas vezes, esses alunos tinham receio de perguntar e discutir os temas. Ou seja, havia um distanciamento, que passou a não mais existir com os temas e teatro desenvolvidos pelos seus pares do Projeto, que são crianças e adolescentes como eles. Em suma, são crianças e adolescentes discutindo e planejando o ambiente, para as futuras gerações.

Texto e fotos: Polícia Militar Ambiental (PMA)

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