Em um momento de escuta, reflexão e fortalecimento coletivo, o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) realizou, na manhã desta terça-feira, uma palestra marcante no Auditório Shirley Palmeira, em alusão à campanha Agosto Lilás – mês dedicado à conscientização e ao combate à violência contra a mulher.
Com o tema “Protagonismo e transformação: incutindo mudança de mentalidade para você não se tornar uma vítima”, a palestra foi conduzida pela subtenente da Polícia Militar, Edilaine Mansueto Alves, referência em ações educativas de prevenção e enfrentamento à violência de gênero.
A iniciativa, direcionada a servidores, servidoras, colaboradores e comunidade em geral, integrou as ações institucionais em defesa dos direitos das mulheres e no enfrentamento ao feminicídio em Mato Grosso do Sul.
Mais que uma palestra, um chamado à consciência
A manhã foi marcada por falas emocionadas, olhares atentos e uma atmosfera de empatia. Em sua apresentação, a sargento Edilaine compartilhou vivências, dados e estratégias que reforçam a importância da prevenção, do fortalecimento da autoestima e do conhecimento sobre os tipos de violência definidos pela Lei Maria da Penha.
A legislação, que completa 19 anos neste mês, classifica cinco formas principais de violência contra a mulher: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. Cada uma foi abordada com profundidade, destacando como esses abusos muitas vezes se manifestam de forma silenciosa, progressiva e devastadora.
Ainda durante sua fala, Edilaine emocionou o público com um forte apelo à responsabilidade coletiva:
“É sempre uma honra ser instrumento de transformação na vida das pessoas. Estar aqui hoje, falando sobre o combate ao feminicídio, não é apenas cumprir uma agenda – é assumir uma responsabilidade coletiva. O feminicídio não é um problema das mulheres. É uma ferida aberta na nossa sociedade, que exige o posicionamento firme de todos: homens e mulheres.
Neste mês em que a causa ganha visibilidade, é preciso lembrar: lutar contra a violência de gênero não é modismo, é urgência. E cada palavra, cada ação, cada atitude conta. Que a nossa indignação não dure só o tempo de uma palestra, mas seja o combustível diário para construir um mundo onde nenhuma mulher precise lutar para sobreviver.”
Informação, apoio e acolhimento
Além do aspecto informativo, a palestra teve forte apelo preventivo e prático. Foram apresentados os canais de denúncia, como o Ligue 180 – atendimento gratuito e sigiloso, disponível 24 horas –, o número de emergência 190 e a plataforma estadual “Não se Cale”, que reúne serviços especializados e acolhimento, como o CEAMCA (Centro Especializado de Atendimento à Mulher em Situação de Violência).
Instituição comprometida com a dignidade humana
A realização do evento reforça o posicionamento do Imasul como uma instituição comprometida com a equidade, o respeito e a promoção da cidadania. De acordo com a direção do Instituto, o compromisso com o enfrentamento à violência contra a mulher vai além da data simbólica: trata-se de uma construção permanente de ambientes mais seguros e empáticos para todas.
“Educar é uma das formas mais poderosas de proteger. Quando promovemos debates como esse dentro de uma instituição pública, estamos dizendo que cada mulher importa, que nenhuma está sozinha e que não toleramos nenhum tipo de violência”, destacou uma das organizadoras da ação.
Valorização institucional e compromisso com o cuidado
A chefe da Gerência de Recursos Humanos do Imasul, Patrícia Mendonça, ressaltou a importância de ações que extrapolam a rotina administrativa e tocam o lado humano dos servidores:
“Nosso papel enquanto gestão de pessoas vai além da burocracia. Precisamos cuidar de quem cuida, oferecer informação, apoio e acolhimento. Trazer essa discussão para dentro do Instituto é reafirmar que nenhum espaço é neutro diante da violência contra a mulher.”
Já o gestor administrativo do Imasul, Roberto Barbosa, enfatizou o papel de cada colaborador e colaboradora como agentes de transformação no ambiente institucional:
“Cada um de nós tem o dever de promover um ambiente seguro e respeitoso. O Agosto Lilás não é apenas um lembrete, mas um chamado à ação permanente.”
Agosto Lilás: mais do que cor, uma causa
A campanha Agosto Lilás foi instituída pela Lei Estadual nº 4.969/2016, em referência ao aniversário da Lei Maria da Penha, sancionada em agosto de 2006. Mais do que um mês temático, trata-se de um movimento nacional por visibilidade, conscientização e enfrentamento à violência doméstica e familiar.
Comunicação Imasul