Campo Grande (MS) - Nessa sexta-feira (7), a secretária de Estado de Educação, Maria Cecilia Amêndola da Motta, entregou a reforma da Escola Estadual Professor Emygdio Campos Widal, no bairro Vilas Boas, na Capital. A escola é a sétima unidade atendida pelo Projeto Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade, que utiliza mão de obra dos reeducandos do regime semiaberto do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, desenvolvido em parceria entre a Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul.
Para Maria Cecilia, os reeducandos estão tendo a oportunidade de escrever uma nova história, assim como os estudantes que, a partir deste ano, estão em uma Escola da Autoria, que incentiva o protagonismo juvenil e os estimula a serem, ao lado dos professores, autores de sua aprendizagem. “Os estudantes estão em tempo integral, numa escola diferente, metodologia diferente, espaço diferente. Estão lindas as paredes, o teto, tudo! Mas não podemos nunca nos esquecer da nossa grande missão, que os estudantes aprendam, tenham sucesso e não se evadam da escola. É por eles que estamos aqui”, destacou Maria Cecilia.
Nesta obra foram realizados os serviços de substituição da parte elétrica geral; substituição do forro proporcionando mais luminosidade nas salas; pintura do prédio - área interna e externa, inclusivo piso com destaque para a área de acessibilidade; produção de calçadas acessíveis no entorno de toda a escola, além de corrimões e rampas; reforma da hidráulica e fluvial; construção da nova portaria de entrada de alunos dentro das normas técnicas; coberturas das entradas de acesso dos alunos; revitalização da jardinagem; reforma das salas de aulas e salas administrativas; reforma da secretaria da escola e do refeitório; reforma dos banheiros e dos bebedouros.
Os funcionários da escola aprovaram e comemoraram a mudança. “Esta é uma escola antiga, a estrutura do prédio é boa, mas precisava de uma reforma. O trabalho dos detentos foi fantástico, esta é uma forma de inseri-los novamente na sociedade e de aumentar a autoestima dos alunos”, disse a merendeira Rita Cássia Chaves de Azevedo Cruz. “A escola tem outra cara, mais atrativa para os alunos, assim como a Escola da Autoria, que veio para modificar, com os alunos o dia inteiro na escola, com mais possibilidades de aprendizagem e interação com os professores”, complementou Sueli da Silva.
No Projeto Pintando e Revitalizando a Educação com Liberdade, idealizado pelo juiz Albino Coimbra Neto, a compra dos materiais de construção utilizados na reforma é custeada pelos próprios reeducandos, com 10% de desconto no salário pago a eles pelo Governo do Estado. Dessa forma, eles prestam serviço e contribuem com as transformações, que vão além da infraestrutura. “O Dr. Albino abriu essa possibilidade de mostrarmos para a sociedade a nossa intenção, realmente queremos uma oportunidade de mostrar nosso trabalho e deixar para essas crianças e adolescentes das escolas que reformamos o nosso exemplo, para que não passem pelo o que nós passamos”, explicou o pintor Ricardo Alexandre Silva Galhardi.
Para os estudantes, a reforma e a nova metodologia foram muito positivas e refletiram no comportamento da comunidade escolar. “Estar numa Escola da Autoria significa mais tempo para estudar e estar com os professores, com isso eu melhorei muito, hoje estou ótimo em Língua Portuguesa e Física. Com a reforma, a escola melhorou, o comportamento dos alunos mudou, estamos conversando mais, o pessoal está se identificando mais”, contou Marcos Paulo dos Santos Pereira, estudante do 2º ano do ensino médio. “Antes, a situação era precária, com a adaptação para a Escola da Autoria e a reforma, temos mais aulas, o ambiente está melhor, me incentivou e incentivou muitos outros. Os professores estão focados, estão nos ajudando mesmo”, afirmou Luana Vitória, que cursa o 3º ano do ensino médio e presidente do Grêmio Estudantil.
Escola da Autoria
A Escola da Autoria prevê um regime de tempo integral para educadores e estudantes de ensino fundamental e médio, baseado em seis princípios educativos: protagonismo; os quatro pilares da educação; pedagogia da presença; educação interdimensional; experimentação; e ludicidade. A proposta, mais do que ampliar o tempo de permanência dos jovens na escola, promove a formação para a vida, buscando ampliar as referências do estudante com relação aos valores e princípios; e contribui para a redução do índice de abandono e aumentar a aprovação dos estudantes no ensino médio da rede pública estadual.
Emília Dorsa - Secretaria de Estado de Educação
Foto: Juarez Rodrigues