O setor de turismo pode ser a primeira atividade econômica a neutralizar as emissões de carbono em Mato Grosso do Sul, contribuindo para atingir a meta Estado Carbono Neutro em 2030.
Essa é a expectativa do diretor presidente da Fundtur (Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul), Bruno Wendling, ao falar sobre as contribuições do órgão que dirige para a política estadual de mudanças climáticas, durante a abertura do 2º Seminário Ação Climática no Turismo, realizado nessa segunda-feira (20), no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo, em Campo Grande.
O evento acontece de forma híbrida, com participações importantes de agentes internacionais da área de fomento através de videoconferência. Na parte da manhã o tema versou sobre as perspectivas de financiamento para empresas de turismo investirem em ações de sustentabilidade.
Na avaliação do secretário executivo de Meio Ambiente da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Artur Falcette, o debate confere maturidade às propostas e é passo decisivo na transformação do setor turístico do Estado rumo a uma atividade baseada na sustentabilidade.
Falcette mediou o primeiro painel do Seminário, na parte da manhã, com o tema Panorama da Ação Climática no Turismo. Por videoconferência, a coordenadora do Programa de Turismo Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas), Virginia Fernandez-Trapa, explicou como a Declaração de Glasgow de Ação Climática no Turismo está impulsando a descarbonização do setor. Em seguida, Marcos Vaena, executivo sênior do Banco Mundial, discorreu sobre as linhas de crédito e prioridades da instituição para o setor.
Jorge Moller, diretor de Programas de Conselho Mundial de Turismo Sustentável para a América Latina, falou sobre a organização que representa e como pode apoiar as empresas de turismo sul-mato-grossenses na busca por financiamentos, e por fim, o oficial da Divisão de Mitigação do Programa ONU Clima, Daniel Galvan, teve uma participação em vídeo previamente gravada colocando-se à disposição e cumprimentando os organizadores pela iniciativa.
O secretário executivo da Sema lembrou que uma característica importante do turismo sul-mato-grossense são os atrativos naturais.
"São muito importantes para ajudar na conservação das regiões exploradas pelo turismo. A ideia desse seminário é conectar a temática de nossos objetivos de sermos um Estado Carbono Neutro, o ecoturismo – que é muito importante para que o Estado consiga conservar esses recursos naturais – e a capacidade de captação de recursos para que a gente possa cumprir a agenda climática", disse.
Falcette citou como exemplo de possíveis investimentos estrangeiros, uma visita feita mês passado por empresários de Botsuana interessados em instalar um empreendimento turístico de luxo no Pantanal para promover safári de observação, modelo já muito explorado no continente africano.
"E a gente tem uma série de empresas dispostas a investir, especialmente, na captura dos créditos de carbono do nosso Estado, porque são créditos de valor agregado pois têm o componente biodiversidade do Pantanal", completou.
O 2º Seminário Ação Climática no Turismo é promovido pela Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul e pela Green Initiative, com apoio da Semadesc e da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia), e se estende por todo o dia, de forma híbrida, podendo ser acompanhado pelo canal de Youtube da TV Educativa e do Portal VisitMS Oficial. Ainda pela manhã aconteceu outro Painel, com o tema: Financiando a Agenda de Mitigação Climática de Destinos e Empresas de Turismo.
Na parte da tarde, a palestra 'Oportunidades para o posicionamento do Destino Brasil em um mercado sensível a agenda climática no turismo' e o painel: Iniciativas para a Descarbonização do Setor do Turismo em MS – oportunidades e desafios” com quatro participações.
João Prestes, Comunicação Semadesc
Foto: Mairinco de Pauda